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O preço da irresponsabilidade

A crise moral que se abateu sobre o país nos últimos anos, estimulada pela confiança dos mandatários na impunidade, está longe de ter um fim. Pelo menos esta é a impressão que se tem, quando se olha o cenário político do país.

Enquanto cada brasileiro tenta dar a volta por cima, buscando no seu trabalho digno a tábua de salvação para digerir no estômago e na alma as suas angústias e incertezas, o país, a cada dia que passa, é surpreendido por um fato novo, atestando que a crise continua e que a classe política, com o seu corporativismo maléfico, ainda não entendeu que há um enorme fosso entre as suas atitudes antirrepublicanas e os anseios da sociedade. Uma pequena mostra disso são os exemplos dos ex-governadores dos estados do Rio de Janeiro e de Tocantins, que se encontram presos e que, juntos, segundo as investigações da Polícia Federal, cujo trabalho ainda está em andamento, surrupiaram dos cofres de seus estados mais de R$400 milhões.

Levado ao precipício pelo lulopetismo, o país segue o seu calvário. O PIB descendo a ladeira, o desemprego batendo acima da casa dos 12 milhões de pessoas, a falta de confiança dos investidores e a paralisia atual mostram as cortinas que impedem a sociedade de vislumbrar uma luz no fim do túnel. O problema é que neste diagnóstico não estão contidas apenas as questões econômicas. A crise moral ainda se vê pela falta de percepção da classe política quanto à mudança de comportamento da sociedade e mostra que, apesar de todas as pressões populares, os maus políticos ainda não se conscientizaram das suas responsabilidades e continuam tentando dar um nó no povo.

Já há alguns dias que estamos presenciando a discussão a respeito dos projetos de leis que tramitam no Congresso, com o intuito de anistiar políticos que se utilizaram de caixa dois em campanhas eleitorais anteriores, bem como as pressões de deputados e senadores para criminalizar as autoridades judiciárias por abuso de poder, numa clara tentativa de enfraquecer o Judiciário.

Ainda bem que a sociedade está atenta e vem comandando através das redes sociais os ditames da obrigatoriedade de uma mudança de consciência dos políticos para um andar de cima, ou seja, em busca da moralidade pública. Ainda assim, a Câmara dos Deputados, na calada da noite, conseguiu desfigurar um dos projetos, votando a favor de destaques que criminalizam procuradores e juízes por abuso de poder.

Ocorre que não há mais lugar para os interesses corporativos. O povo, como senhor do poder, como bem disse a ministra do STF, Cármen Lúcia, está mudando de comportamento e apoia de forma incontestável a devastação da corrupção protagonizada por todas as operações da Polícia Federal e do Judiciário.

Estamos certos de que, quem não se alinhar com o povo, certamente pagará o preço da sua irresponsabilidade.

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