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Falando de banalidades

Confesso aos leitores que ando meio cansado de escrever sobre política, não só pelo que ela tem representado para a sociedade, mas também pela falta de perspectiva de mudança de rumo. O exemplo está nesta semana, na qual parece ter dado a louca nos Poderes da República. Aconteceu de tudo e até o STF entrou na dança.

Mas como escrevi, não pretendo falar sobre política. Preciso de um fôlego para fazer um juízo de valor sobre os últimos acontecimentos. Assim, uma banalidade qualquer, absolutamente desinteressante, pode ser o caminho para promover um processo de desintoxicação desta coluna, do colunista e do leitor.

O início da semana foi muito triste, considerando a cobertura pelas TVs sobre o acidente aéreo que matou 7l pessoas e dizimou quase todo o time da Chapecoense.

Tristezas e consternações à parte, se é que se pode considerar assim, concluí então que a morte daria uma crônica banal, não as mortes das pessoas daquele lamentável acidente, ocorrido por uma irresponsabilidade sem precedentes de duas ou três pessoas que comandavam o voo naquele dia fatídico, mas simplesmente a morte, da forma como ela é vista.

Sem a necessária inspiração para escrever sobre a “bendita” (bendita?), resolvi recorrer-me ao dicionário para ver o que o “pai dos burros” teria na sua página para me responder. Claro, diversas definições lá estavam, mas uma me chamou a atenção, menos pela abrangência ou conteúdo e mais pela frieza da definição. Lá estava escrito: Morte – “cessação completa e definitiva das atividades características da matéria viva”.

Se analisarmos “friamente” essa definição, chegaríamos à conclusão de que a morte é uma ocorrência absolutamente natural, na medida em que se trata da cessação das atividades que caracterizam a matéria viva, sustentadas por uma energia qualquer. Uma vez cortada essa energia, extingue-se a vida. É o caso de uma planta, por exemplo, que deixa de receber água e morre.

Porém, quando se trata da morte de um ser humano, a coisa muda de figura. É quem embora cientificamente seja uma ocorrência natural, dentro do processo nascer, crescer e morrer, no nosso consciente – ou subconsciente, sabe-se lá -, passa a ser um fato sobrenatural, para o qual nunca se está preparado.

Quando se fala em morte, a primeira sensação que se tem e que vem no pensamento é aquele quadro macabro, ou seja, um indivíduo que jamais poderá ser eu, ou um parente meu, esticado dentro daquele “pijama” de madeira que se convencionou chamar de caixão ou urna, com as mãos cruzadas sobre o peito, imóvel, todo florido, completamente inerte.

O mais incrível é que imaginar essa cena pode causar arrepios, ou mesmo, dependendo da hora e do estado psicológico de algumas pessoas, causar até medo. As pessoas não aceitam a morte como um fato natural ou da forma tão simples como ela está descrita lá no dicionário. Existe por detrás dela um enigma a ser descoberto, mas que só se sabe se fizer o popular “teste” São Tomé, ou seja, ter uma oportunidade ímpar de ver para crer.

Como não cheguei à conclusão nenhuma, não sei se atingi o objetivo de escrever sobre uma banalidade qualquer. Mas uma coisa é certa: entre confiar na morte e acreditar na vida, prefiro ficar com a última opção, até porque, aquelas pessoas que se foram jamais voltaram para dizer se onde estão é bom ou ruim. Pelo sim, pelo não, na dúvida, e com a devida vênia do Criador, prefiro continuar aqui, ou seja, bem vivo.

Mas ainda assim, fico pensando: com tanta gente fazendo tanto mal para o país e para os brasileiros, por que foi cair logo um avião em que estavam pessoas que só davam alegrias ao povo? Coisas da vida!

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