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Colocando as barbas de molho

Francisco Laviola – 24/052018

O ano de 2017 e o início de 2018 foram marcados por grandes polêmicas, em função das investigações, denúncias e julgamentos de políticos, empresários, ex-ministros e diretores das maiores empresas do país, notadamente aquelas que sempre atuaram no ramo da construção de obras, as famosas empreiteiras.

Apesar da burocracia e da morosidade da Justiça, em função do cipoal de leis dúbias e intrincadas, se não é de todo elogiável, pelo menos no que se refere às condenações levadas a efeito até agora, nos mostra que estamos no caminho certo na tentativa de moralizar o país. Na verdade, ainda há um grande ceticismo da população quanto aos resultados positivos de julgamento de vários políticos e os seus comparsas das tramóias que há anos inundam o país, numa situação de corrupção sem precedentes em toda a nossa história republicana.

Contudo, não se pode negar que houve um grande avanço nesse sentido. Por exemplo: Quem diria, há alguns anos, que veríamos atrás das grades políticos importantes da história contemporânea como Lula, ex-presidente, Eduardo Cunha, ex-deputado e ex-presidente da Câmara, José Dirceu e Antônio Palocci, deputados e ministros fortíssimos da era Lula, Paulo Maluf, ex-deputado, ex-prefeito e ex-governador de São Paulo, Gedel Vieira Lima, homem forte dos últimos governos e uma vasta lista de empresários poderosos, que sempre se acharam protegidos pelo sistema ou se consideravam acima da lei?

A condenação do ex-governador de Minas, o tucano Eduardo Azeredo a mais de vinte anos de prisão é outro indicativo de que a Justiça não está de brincadeira com os corruptos. A lista de denúncias já feita pela Procuradoria e que se encontra no STF é grande. Ela envolve muita gente que no passado recente eram considerados os arautos da moralidade, pessoas acima de qualquer suspeita para o distinto público.

Embora os partidos de esquerda sempre gritaram que a ação da Justiça era uma perseguição política seletiva, toda a corrupção que impregnou a administração pública, principalmente no âmbito federal, é supra partidária e todos aqueles que se achavam inatingíveis pela lei, hoje estão colocando as suas barbas de molho. Esta caindo por terra toda aquela vitimização petista de que as condenações de Sérgio Moro tinham um único objetivo: tirar Lula da campanha eleitoral de 2018.

O fortalecimento do entendimento de que os condenados em segunda instância devem começar a cumprir pena de imediato, logo após esgotados os seus recursos, é outro passo importante no combate à impunidade. Se o Gilmar Mendes não atrapalhar – o povo está com ele atravessado na garganta -, certamente, a sociedade ainda terá a oportunidade de ver boas surpresas que ficarão marcadas na história.

Que se cuidem Michel Temer, Gleisi Hoffmann, Fernando Collor, Romero Jucá, Aécio Neves e todos aqueles que já são réus no Supremo Tribunal Federal.  Esses e outros mais, já podem ir colocando as barbas de molho, porque assim que não tiverem mais o foro privilegiado para protegê-los, o “pau” vai comer solto, não tenho nenhuma dúvida disto. É assim que espero; é assim que será o início do fim de uma fase negra da História do país.

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