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As lições dos vira-latas

Os cães têm uma relação diferenciada com os humanos. Domesticados há milhares de anos, esses mamíferos são aparentados com o lobo, o chacal e a própria raposa. Do jeito que os conhecemos hoje, surgiram há, aproximadamente, 14 mil anos na Europa, na Ásia e na América do Norte.

Domesticados, adquiriram certos hábitos e manhas dos homens e, por isso, convivem tão bem com a sociedade humana. Uns se aprimoraram em raças diferenciadas e vivem em grande estilo em residências bem localizadas e são tratados com alimentação especial, xampus sofisticados e assistência veterinária. São os cães de elite. Mas eu queria falar era do cão de rua, aquele vira-lata conhecido que, vivendo as agruras da vida, aprende a se virar. Sabe cruzar ruas e avenidas movimentadas, desviando-se com habilidade dos carros e alguns até esperam, ao lado dos humanos, a abertura do semáforo para atravessarem a rua ao lado dos pedestres.

A gente os vê perambulando pelas ruas e praças, revirando sacolas de lixo à procura de alimento ou em seus momentos de atividade amorosa, quando vários cães seguem ruas e ruas atrás de uma única cadela, disputando a sua preferência. Mas esses cães têm muitas outras habilidades.

O cão do Banco do Brasil, por exemplo, é um caso à parte. Nos dias quentes de sol, principalmente, aproxima-se do banco, sobe as escadas e posta-se em frente à porta esperando um cliente. Quando um cliente abre a porta para entrar ou para sair, o inteligente cão aproveita o momento e entra no banco. Entra, deita-se naquele chão fresquinho e fica ali “dorminhocando” naquele ambiente refrigerado. As pessoas já se acostumaram com ele e jamais o enxotam dali. Quando lhe dá vontade de fazer alguma necessidade, levanta-se, posta-se ao lado da porta e espera que outro cliente abra a porta. Aí ele sai, se desaperta na rua e volta em seguida ao banco. Não faz suas necessidades dentro do banco.

Mas existem outros cães com outras estranhas habilidades. No último dia 16 de maio, quando íamos hastear as bandeiras em frente à Câmara Municipal, ao lado do antigo prédio da Prefeitura, estavam ali dois cães, deitados na plataforma onde se encontram os mastros. Dois cães amarelos e enormes que, deitados, observavam o movimento da praça, com centenas de alunos e demais pessoas e autoridades que aguardavam o momento da execução do Hino Nacional e o hasteamento das bandeiras, que seria feito pelo senhor prefeito e por dois alunos da rede municipal.

Foi um espetáculo interessantíssimo. No exato momento em que se iniciou a execução do Hino Nacional, os dois cães puseram-se de pé ali na plataforma e permaneceram nessa posição até o final da execução. Quando terminou o momento cívico, desceram da plataforma e saíram caminhando entre as pessoas até galgarem o final da praça e desaparecerem pelos lados da Matriz.

O cão do Banco do Brasil e os dois cães da “Praça da Prefeitura” proporcionaram uma aula de comportamento social e cívico que muita gente fina por aí não pratica. E os racionais somos nós…

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