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A Olimpíada que deixou saudades

Enfim, terminou a Olimpíada do Rio de Janeiro e do Brasil. O evento, certamente, deixou muitas saudades. Talvez decepção para alguns e felicidade para outros. Mas isso faz parte dos Jogos, até porque, jogo é jogo. Nas competições, na maioria das vezes, o sucesso está ligado a fatores como preparação física, psicológica e técnica. Mas, às vezes, se ganha ou se perde também por sorte ou por falta dela, ou ainda, por uma questão de detalhe.

Nosso país, apesar de combalido economicamente e atravessando uma turbulência política sem precedentes, ao sediar dois eventos da magnitude de uma Copa do Mundo e de uma Olimpíada, mostrou ao mundo a sua capacidade de superação. Aliando-se a isso, contribuíram muito para o sucesso do evento a nossa eterna hospitalidade. As nossas belezas naturais e a amabilidade do povo brasileiro dão um glamour diferenciado a qualquer evento, e isso sempre encanta o mundo.

São dois eventos distintos. Enquanto a Copa do Mundo mostra as facetas do futebol como um esporte que confronta os limites da emoção e da razão, em que caminhos antagônicos seguem sempre juntos, levando o torcedor a sentir em frações de segundo as emoções do amor e do ódio, a ansiedade e o alívio, as tristezas e alegrias, tentando compactuar, como se possível fosse, os erros e os acertos, o azar e a sorte, a oração e o palavrão, tudo isso em nome da paixão, a Olimpíada tem um glamour diferente, em que o ritmo da competição é ditado pelo entrelaçamento entre os povos de culturas diferentes, que embora representando os seus países numa competição, mostram que a convivência, a paz e a fraternidade entre os homens são possíveis.

É nesse cenário que se perpetuam as emoções da convivência que entrelaçam, sem diferenças, o pobre, o rico, o negro, o branco, o índio, o evangélico, o católico, a autoridade ou qualquer um do povo. É por isso que uma Olimpíada é o evento esportivo, além de mais antigo, o mais importante do mundo.

Quanto ao Brasil, é necessário dizer que os catastrofistas de plantão que anunciavam grandes riscos, como falta de organização, segurança precária, com assaltos, bombas e terroristas, devem ter ficado decepcionados com as suas próprias projeções. Os grandes astros como o americano Michael Phelps e o jamaicano Usain Bold se mostraram invencíveis, e, apesar de serem astros, cada um na sua especialidade, deram um show de simpatia embalados pelos aplausos da plateia que compareceu ao Parque Olímpico. Foram embora agradecidos e elogiando a organização e a hospitalidade brasileiras, como, aliás, ocorreu também com a maioria dos atletas das 207 delegações que vieram representar os seus países nos Jogos Olímpicos.

Quanto aos nossos atletas, ficou a sensação de que se houver mais apoio do governo e da iniciativa privada, os talentos, certamente, vão aparecer. Estão todos de parabéns, principalmente aqueles que lograram êxito e saíram com uma medalha olímpica no peito.

Só não poderia fechar essa crônica sem antes traçar um paralelo na atitude de dois campeões olímpicos brasileiros: Neymar, da Seleção de futebol, e Serginho, da Seleção de vôlei. Entrevistados por repórteres eufóricos, logo após a conquista das suas medalhas de Ouro, o primeiro, “marrento” como sempre, disse: “Vocês vão ter que me engolir”; o segundo, esbanjando humildade, disse: “Eu não me acho merecedor de tudo isso. Sou um cara normal. Sou o Sérgio, o filho de Dona Didi, de Pirituba”. Detalhe: Serginho tem quatro medalhas olímpicas, sendo duas de Ouro. A diferença é que na história há campeões e campeões. Ou não?

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