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Os novos chefs da TV

Há muito tempo que a culinária deixou de ser um simples afazer de cozinha e passou a ser uma ciência sofisticada de preparar alimentos. Mas nunca deixou de ser, também, uma arte. Os tempos das nossas avós ainda povoam a nossa memória gastronômica, com a lembrança daqueles quitutes deliciosos. Os bolos, as broas de milho, os biscoitos fritos cobertos com açúcar e canela, os pudins de laranja e os manjares de coco cobertos com calda de ameixas. Ah… quem não se lembra…?

Os tempos mudaram e surgiram os chefs, formados e diplomados em Gastronomia, com estágios em restaurantes e confeitarias na França, capazes de criar pratos sofisticados, não só no sabor, mas também na aparência, visto que comemos também com os olhos.

Os canais de televisão passaram a apresentar os especialistas da cozinha que, todos os dias, apresentam os seus programas e as mais variadas e bem preparadas iguarias. Pratos asiáticos, franceses, alemães, saladas e frios de todas as procedências. Mas isso não estava sendo o bastante para segurar a audiência. Era preciso algo mais nesses programas. Foi aí que as velhas e gordas senhoras tiveram os seus lugares ocupados por jovens atores e atrizes, agora travestidos de chefs, que, com o seu charme pessoal e sua técnica de representação aprendida nos palcos e nos sets de filmagens, emprestaram um novo visual à arte de cozinhar.

Os telespectadores fixam o olhar mais na pessoa do chef do que propriamente nos pratos que ele está ensinando a preparar. Assistir à Carolina Ferraz preparando um prato é mais saboroso do que o próprio prato. Imagino que um angu de fubá preparado pela Carolina deve ser mais saboroso do que o melhor dos manjares, preparado pelo mais renomado chef francês.

As mulheres, naturalmente, têm uma outra visão e preferem assistir ao Rodrigo Hilbert (o marido da Fernanda Lima) preparando os seus pratos na sítio da família. É uma pena que a Fernanda ainda não entrou no ramo da culinária. Eu fico imaginando a Fernanda Lima como mestra de cozinha. Tenho certeza de que uma sopa de chuchu com água e sal preparada por ela seria muito superior ao melhor caviar iraniano.

Quando éramos crianças, quase em todas as casas existia um exemplar daquele famoso livro de cozinha “Dona Benta”. Ali, havia uma infinidade de receitas de bolos, biscoitos, pudins e alimentos salgados, que eram passadas de geração a geração e compunham as mesas das famílias, no dia a dia e nos domingos. Nossas mães percorriam aquelas páginas, já manchadas pelo manuseio, e buscavam ali o meio de agradar o paladar de toda a família.

Por onde andarão aqueles inesquecíveis livros de receitas de capa dura, da “Dona Benta” que, com “A Vida do Bebê”, do Dr. Delamare, eram obras obrigatórias em todos os lares…?

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