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O TELEFONE NASCEU DE UM GESTO DE AMOR

Adellunar Marge

Desde longa data aprendemos que o telefone foi uma invenção do escocês Alexander Graham Bell que, transferindo-se do Canadá onde morava para os Estados Unidos onde foi lecionar na Universidade de Boston, teria inventado ali o maravilhoso aparelho em 1873. No final, a história era outra e o Congresso dos Estados Unidos, através da Resolução 269, de 15 de junho de 2002, corrigiu um erro histórico e reconheceu que o verdadeiro inventor do telefone foi o italiano Antônio Meucci, que construiu o aparelho em 1860, dando-lhe o nome de “Telégrafo Falante”.

Antônio Meucci trabalhava em seu laboratório no andar térreo do prédio onde morava e sua mulher, presa a uma doença, vivia acamada no andar superior. Meucci, para se comunicar com ela sem que ela precisasse descer do seu quarto ou ele tivesse que subir aos seus aposentos a todo momento, criou a preciosa engenhoca. Antes tarde do que nunca, o reconhecimento do Congresso dos Estados Unidos.

Obviamente, quem se enriqueceu com a invenção foi o escocês Grahma Bell, que patenteou em seu nome o invento e fundou uma Companhia Telefônica. Ficou milionário com a rápida aceitação do aparelho e o crescimento dos seus negócios.

Os primeiros telefones no Brasil vieram em finais de séc. XIX, no governo do Imperador Pedro II, com a inauguração de uma linha de telefonia que ligava o Rio de Janeiro a Petrópolis.

A evolução do telefone e o aperfeiçoamento da tecnologia foram bem mais rápidos nos últimos anos, sem dúvida. Convivemos muito tempo com os aparelhos antigos e de tecnologia limitada. Em meus tempos de criança tínhamos um telefone em nossa casa. Seu número era 110. O aparelho era uma caixa retangular de madeira fixada na parede, com um bocal de fala à frente, um fone de ouvido ligado à caixa por um fio e duas campânulas acopladas à caixa para anunciar uma chamada. Para se fazer uma ligação girava-se uma manivela que gerava a corrente de toque e a telefonista, que ficava na Central Telefônica, atendia gentilmente e perguntava:

– Número, por favor…!

Geralmente não tínhamos o número na cabeça e falávamos o nome do assinante. A telefonista conectava então os dois usuários.

Difícil eram as ligações interurbanas. Em uma ligação para o Rio de Janeiro, por exemplo, a telefonista sempre falava em uma demora aproximada de duas a três horas, mas, na realidade, era comum uma demora de um ou dois dias, pois as linhas estavam sempre congestionadas.

Mas, como tudo evolui, os telefones de parede cederam lugar a telefones de mesa, feitos em baquelite preta. Depois, vieram os telefones celulares ou telemóveis. Nos primeiros celulares, a carga da bateria durava duas horas e carregava-se sempre uma bateria de reserva. Os preços de um telefone eram exorbitantes e comprar linhas telefônicas e alugar era um bom negócio.

Daqueles celulares antigos evoluiu-se rapidamente para os modernos aparelhos. Hoje, os Smartphones, os iPhones e outras parafernálias que invadiram o mercado, têm uma multiplicidade de funções, assumindo as funções de verdadeiros computadores, máquinas fotográficas, filmadoras e tudo que se pode imaginar. A cada semana um modelo mais ousado e competente é lançado no mercado.

Mas quando lembramos, não do pragmático escocês Graham Bell e sua fortuna com o telefone, mas do afetuoso italiano Antônio Meucci arquitetando um meio prático de se comunicar com a sua adorável esposa no andar de cima, reconhecemos que a invenção do telefone foi, acima de tudo, um gesto de amor…!

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