Muriaé sediou, no dia 26 de abril, do III Congresso Regional sobre o Espectro Autista, realizado no Centro Universitário Faminas, sob o tema central “Valorizar as Capacidades e Respeitar os Limites”. O evento, promovido pela AMA – Associação Muriaé dos Autistas e pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE Muriaé, teve como objetivo disseminar conhecimento e promover a conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) na sociedade.

A programação diversificada do congresso incluiu palestras ministradas por especialistas renomados na área. A Drª Aline Freitas, especialista em direito do Autista, abordou a “reinvenção da família pós diagnóstico”, enquanto a fonoaudióloga Bruna Pellegrini Vieira França discutiu sobre o “desenvolvimento da linguagem – caso clínico”. A neurologista pediátrica, Drª Adrielle Lima Fonseca, trouxe reflexões sobre “Preparando autistas para o mundo: como o estilo de vida pode impactar no desenvolvimento de crianças atípicas”. Além disso, Leandro Rodrigues, especialista em adaptação de atividades, falou sobre “Adaptações de atividades para alunos com autismo”, e Israel Lima, o policial autista e pai atípico, encerrou as palestras com o tema “Autistas podem ser o que eles quiserem”. A Dra. Ramilli Pereira de Souza Cardoso, mãe atípica e médica Pós-graduada em Nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia – ABRAN, palestrou sobre o tema “Seletividade alimentar e reflexões sobre a alimentação no autismo”.

A presidente da AMA, Geane Mendes, destacou o empenho da associação e da APAE Muriaé em apoiar e oferecer recursos às pessoas e famílias com espectro autista na região. Ela ressaltou a importância do congresso como uma oportunidade para capacitar profissionais da área, educadores e familiares, além de conscientizar a sociedade sobre a necessidade de ser mais acolhedora e inclusiva. “Estamos muito felizes em realizar o III Congresso Regional sobre o TEA, um assunto extremamente importante nos dias atuais, e buscamos trazer conscientização e capacitação  para profissionais da área, professores e familiares, além de conscientizar a sociedade em geral, para que ela seja mais acolhedora e inclusiva”, destacou.

Diante dos desafios enfrentados pela comunidade autista na cidade, como o preconceito e a falta de compreensão, Geane enfatizou o compromisso contínuo das organizações em promover a inclusão e combater o estigma. Ela expressou planos para futuros eventos semelhantes, visando a disseminação de informações sobre o TEA e a construção de uma sociedade mais inclusiva e acolhedora para todos.

A programação também contemplou uma Mesa Redonda, mediada pelo médico Dr. Enio Moreira Bernardo, presidente da APAE Muriaé, proporcionando um espaço para debate e reflexão sobre questões relevantes envolvendo o espectro autista. Ele falou sobre a importância do evento. “O   congresso é uma estratégia para conscientizar sobre o TEA e esses encontros são um termômetros que usamos para saber como está o nosso relacionamento com a sociedade. Tivemos aqui profissionais de diversas áreas, especialistas em TEA, familiares de autistas e autistas, que vieram para aprender e se confraternizarem. Todos tiveram a oportunidade de assistir a palestras e mesas redondas do mais auto nível sobre o assunto”,  ressaltou.

Israel Lima, palestrante vindo especialmente de Curitiba, PR, compartilhou sua história como autista e agente de segurança pública, elogiando o evento por seu impacto na conscientização e inclusão em Muriaé. “Fiquei muito feliz por conhecer essa cidade aconchegante e muito acolhedora. O Congresso foi muito interessante porque está construindo um grande legado na área em Muriaé”,  afirmou.