Search
Close this search box.

De perseguidor a discípulo da boa-nova

As cartas paulinas ainda hoje estão plenas de atualidade

“Já estou crucificado com Cristo; e vivo não mais eu, mas  Cristo vive em mim”. – Paulo.  (Gálatas, 2:20.)

Paulo, servidor do Cristo, apóstolo de vocação divina, foi escolhido e destinado, sem o saber, a anunciar a Boa-Nova.

O Sol castigava as areias escaldantes do deserto da Síria: era meio-dia… Os primeiros telhados das casas situadas na periferia da cidade de Damasco já podiam ser vistos na linha do horizonte. O ardoroso perseguidor dos cristãos, comburido internamente por incoercível ódio, não fazia caso do calor externo. Aquecido internamente pelas labaredas da total aversão àquela Doutrina nascente, buscava com febricitação os seguidores do Carpinteiro de Nazaré que, segundo sua visão obtusa não passavam de perturbadores da paz pública, infratores da Lei Antiga, bárbaros, hereges… Levava na algibeira carta do Sinédrio dando-lhe amplas liberdades; direito de vida e morte aos que lhe caíssem nas mãos, em especial Ananias que corrompera sua noiva com aqueles disparates profanos.

Mal sabia ele que do Plano Espiritual os irmãos Abigail e Estêvão, envolviam-no nas mais cariciosas vibrações de Amor como a preparar-lhe o Espírito indócil para o luminoso acontecimento que se fazia iminente: o definitivo encontro com Jesus que viria dividir para todo o sempre as fases de sua vida: de perseguidor a discípulo da Boa-Nova!

Surge no Céu sem nuvens uma luz intensa no interior da qual a mirífica figura de Jesus desenhava-se em contornos luminescentes. Ante o inusitado da circunstância, Saulo cai do cavalo sob assomos de perplexidades, ajoelhando-se nas areias quentes. Soa, então, uma voz de inflexão singular: ao mesmo tempo meiga e autoritária: “Saulo, Saulo, por que me persegues?”

O orgulhoso cidadão romano, intrépido defensor da Lei Moisaica submete-se de imediato à autoridade d`Aquele que passaria a viver nele: “Senhor! Que queres que eu faça?”

Paulo não escolhe tarefas, não impõe condições: coloca-se – incontinenti – à disposição.

Após o luminoso episódio, às portas de Damasco, transforma-se de Saulo em Paulo; de ardoroso perseguidor em eloquente e abnegado discípulo da Boa-Nova, levando aos Gentios a mensagem de libertação…

Suas cartas atravessaram os séculos incólumes, vibrando até hoje, plenas de atualidade sob o diapasão dos transcendentes ensinamentos do Cristo de Deus.

Ontem acendíamos as fogueiras inquisitoriais, semeando o terror e perpetuando a escravidão mental das criaturas juguladas à ignorância. E hoje?! A exemplo do Apóstolo dos Gentios já nos transformamos em discípulos do Cristo? Espíritas, trabalhadores da última hora, estamos aproveitando a hora que resta? Analisando nossas vidas hoje, nossas ocupações, nosso relacionamento com o próximo, nossos interesses mais imediatos, podemos, em sã consciência dizer com Paulo: “vivo não mais eu, mas Cristo vive em mim?”. Eis a questão que se impõe!

Deixe um comentário

Outras Notícias