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Da economia às tornozeleiras

O país está passando por uma crise econômica. Esta é a voz geral. A paralisia no comércio e na indústria é evidente, o que reflete diretamente no emprego e na renda dos brasileiros. Segundo as pesquisas, já são mais de 11 milhões de desempregados que terão que buscar opções de sobrevivência no mercado informal, fazendo um “bico” aqui, um “biscate” ali, uma vez que as parcelas do seguro-desemprego já foram para o espaço. Os juros continuam nas alturas, o que amedronta os investidores. E, em não havendo investimento, não há crescimento. O equilíbrio do mercado depende de confiança, mas confiar em quem?

A crise política é, sem dúvida, a precursora dessa situação pela qual passa o país. O ano de 2014 foi fundamental nesse processo. Para ganhar as eleições presidenciais, esconderam irresponsavelmente a real situação do país, que naquele momento, com a crise internacional a pleno vapor, o governo Dilma já teria que ter tomado as medidas saneadoras.  E o que fizeram? Tudo que seria dolorido para a população, deixaram para tentar fazer depois das eleições. Além de não fazerem as reformas estruturais que o país precisava para manter a estabilidade, ainda gastaram muito mais do que podiam e colocaram os bancos estatais, principalmente a Caixa Econômica Federal, para pagar as contas do Tesouro. Valeram-se da chamada contabilidade criativa, as chamadas “pedaladas fiscais”, e da edição de decretos com aumento de despesas, sem passar pela autorização do Congresso. Com a campanha eleitoral a pleno vapor, o governo buscou neste subterfúgio a solução mais rápida para enganar os eleitores e sair vitorioso nas urnas. Só que isto custou muito caro para os brasileiros.

Aliás, só para recapitular, as “pedaladas” e os decretos são as irregularidades nas quais se basearam os juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale para pedir o impeachment da presidenta. Na sustentação do pedido escreveram: “Esses decretos foram publicados após a constatação pelo Tesouro Nacional, de que as metas estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na Lei Orçamentária Anual não haviam sido cumpridas”.  É por isso que a presidenta, hoje afastada, está sendo julgada pelo Senado, acusada de cometer crime de responsabilidade ao atropelar a Lei de Responsabilidade Fiscal.

O fato inequívoco é que a crise política está longe de acabar, e ela vai levando arrastada em direção ao abismo a economia, afetando diretamente o bolso do trabalhador brasileiro que é, sem dúvida, a parte mais frágil dessa triste história de um Brasil que eles vendiam para o mundo como o país emergente mais confiável do planeta. Isto é um fato que não se pode negar. Enganaram o povo e dilaceraram a economia do país.

Ah… Já ia me esquecendo. Para contrariar tudo o que eu disse até aqui, só há um segmento que vem crescendo absurdamente: segundo uma reportagem desta semana do jornal O Globo, as fábricas de tornozeleiras eletrônicas não estão dando conta dos pedidos. Só em uma das empresas do setor, o aumento da produção, em cinco anos, atingiu a incrível marca de crescimento de 296%. Como os presídios estão superlotados, como sempre, o uso deste “adereço” pelos os ladrões tem sido uma solução para a Justiça. E se tiver que prender todos aqueles que andam assaltando o país, haja tornozeleiras. Verdade ou não?

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