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Candidato despreparado, povo mal representado

Neste ano acontecerão as eleições municipais cuja data prevista no calendário eleitoral é o dia 2 de outubro. Serão eleitos nos 5.570 municípios brasileiros os prefeitos, vice-prefeitos e vereadores, que constituem a representatividade política mais perto da população. Daí decorre a grande responsabilidade de todos os candidatos.

À medida que a data das eleições vai se aproximando, há uma tendência natural de aquecimento da temperatura do pleito, com os candidatos procurando fazer o tradicional corpo a corpo, para que, com as sua propostas, possam lograr algum êxito no convencimento do eleitor. Nos dias que antecedem a eleição, vale tudo para conquistar a simpatia dos indecisos ou daqueles que ainda não se declaram e que podem ainda render mais algum votinho.

A empolgação com a candidatura, o sonho de se tornar um representante do povo e até a demonstração de despreparo apresentada por alguns postulantes aos cargos são ingredientes corriqueiros nas campanhas eleitorais.

Na luta pelo voto, fica explícito o despreparo de candidatos a vereadores, por exemplo, demonstrando que alguns deles não têm a exata noção das suas reais funções, caso sejam eleitos para a Câmara municipal, e acabam prometendo fazer obras que são da competência do Poder Executivo, tais como calçamentos, muros de arrimo, asfaltamento, extensão de rua, esgoto e etc.

Somente para dar um exemplo desse despreparo, um dia desses fui abordado na rua por um deles, que me disse ser pré-candidato, mas que já estava trabalhando a sua candidatura, pois se encontrava com dificuldades financeiras e que precisava muito do cargo de vereador.

Ora, um indivíduo como esse não tem nenhuma noção da nobreza do exercício da representatividade política pleiteada e o quanto importante pode ser a sua conduta e a sua atuação no Poder Legislativo, não só como legislador, mas principalmente, como um efetivo fiscal dos atos do Poder Executivo.

Vivemos num estado democrático de direito, e, consequentemente, faz parte da democracia a possibilidade de qualquer cidadão candidatar-se aos cargos eletivos disponíveis, desde que ele cumpra alguns requisitos prescritos na legislação, como idade mínima, ter reputação ilibada, ser alfabetizado, estar em gozo de sua capacidade mental e outros mais.

Mas também sou favorável a que, uma vez registrada a candidatura, os Tribunais Eleitorais ou os partidos se preocupassem em promover algum tipo de curso, mesmo que seja rápido, não no sentido de capacitar totalmente o postulante, até porque isso seria impossível, mas, pelo menos, para que pudesse passar-lhe algumas informações sobre as suas principais responsabilidades e quais seriam as suas atribuições nos cargos por eles postulados. Com essas informações, certamente, teríamos pessoas mais bem preparadas para exercer a representatividade política, pois candidato mal preparado é sinônimo de um povo mal representado.

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