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Brasil, o país dos contrastes

Começou a maior competição esportiva do planeta. Os Jogos Olímpicos têm todo um charme especial, uma vez que reúne atletas das mais variadas modalidades dos cinco continentes, numa competição de superação, na qual os competidores buscam bater os seus próprios recordes a cada dia. Porém, o exemplo maior que se vislumbra na competição é o entrelaçamento entre os povos, numa demonstração inequívoca de que a paz, a amizade e a convivência sadia são possíveis. É um ritual de integração planetária. Não é à toa que a preparação de um evento dessa magnitude começa com vários anos de antecedência.

Mas como tudo isso pode estar acontecendo no Brasil, num momento em que o país parece estar do avesso e com as suas vísceras expostas? Será que o país de dimensões continentais é, na verdade, o país dos contrastes? Enquanto a política rasteja impregnada pela lama ou é empurrada ladeira abaixo pelo jato forte de uma operação que, não por acaso, tem o sugestivo nome de Lava-Jato; enquanto a presidente de uma República, que começou em 15 de novembro 1889, pelas mãos de um marechal, está sendo defenestrada, acusada de crimes de responsabilidade; enquanto se descobre que a maior estatal do país foi assaltada, justamente para garantir no poder aqueles que foram denominados “pai” e “mãe” das Olimpíadas, para que eles pudessem saborear a apoteose olímpica; enquanto se descobre que os homens públicos já não têm a total confiança do povo devido ao mau exercício da representatividade política, somos surpreendidos pelo ecoar do Hino Nacional, com o nosso Pavilhão sendo hasteado para coroar a vitória heroica de uma Rafaela Silva em lágrimas, a garota nascida na Cidade de Deus, uma das favelas mais pobres e violentas do Rio de Janeiro.

O certo é que o país dos contrastes, é como se fosse um competidor de uma Olimpíada: terá sempre que se superar a cada dia. E foi se superando que fez da abertura do evento um espetáculo à parte. Surpreendeu o mundo ao transformar coisas simples num belo espetáculo de cores e beleza plástica. A exaltação à diversidade e à tolerância e o chamamento da atenção do planeta para o desafio ambiental formaram o ponto alto da temática apresentada. Quem viu, gostou do que viu. Quem não viu, deveria ter visto para acreditar um pouco mais no nosso poder de superação e, principalmente, na nossa força para enfrentar as adversidades.

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