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As eleições municipais

No dia 2 de outubro teremos em todo o país as eleições municipais, um pleito que, ao longo do tempo, demonstra ter as suas peculiaridades, das quais ele nunca se afasta. No total, no Brasil, são cerca de 5.700 municípios que estarão movimentando o cenário político das cidades brasileiras. É a chamada festa da democracia, quando se busca incentivar o eleitor para colocar mais oxigênio na administração de qualquer município. Se o eleitor estiver satisfeito, ela preza pela continuidade; se não estiver, tem ele o sagrado direito de buscar alternativas.

Por se tratar dos pleitos cuja representatividade política, constituída pelo Executivo e o Legislativo municipais, os quais são os poderes mais próximos da população, há sempre uma tendência natural de se estabelecer uma maior participação popular nas discussões que antecedem as eleições. Essa tendência acaba por demandar uma afluência maior do eleitor às urnas, e, consequentemente, o resultado é sempre um índice menor de abstenções. Daí decorre uma maior responsabilidade dos candidatos.

Num país onde se avolumam os escândalos a nível nacional em todos os setores da administração pública, demonstrando que a crise moral é uma consequência de uma cultura nefasta que há muito tempo se instalou no Brasil, não se pode dar margens para as falcatruas, para os golpes, para as fraudes e, principalmente, para a malversação dos recursos públicos.  A corrupção instalada nos diversos setores da administração vai manipulando as consciências dos indivíduos de forma a parecer que todos os delitos cometidos por agentes públicos já fazem parte do cotidiano e que a sociedade está obrigada a conviver com esses deploráveis desvios de conduta. É assim que tem acontecido no país.

Mais do que nunca, as campanhas eleitorais municipais são oportunidades raras para que os postulantes aos cargos eletivos demonstrem ao povo que são capazes de resolver os problemas cruciais que afligem a população. É o momento de levar as discussões para o campo das ideias, de debater programas de administração e de buscar soluções para as deficiências existentes, tendo como foco uma melhor qualidade de vida para a população.

Numa sociedade desenvolvida, onde o povo quer ouvir propostas na esperança da busca de soluções para os seus maiores problemas, não há mais lugar para os ataques pessoais e muito menos para as campanhas difamatórias. Equivocam-se aqueles que pensam dessa maneira, pois enquanto estão preocupados em difamar e utilizar meios inadequados, como pesquisas de métodos duvidosos, boletins anônimos e outras formas de confundir o eleitor durante a campanha eleitoral, na verdade, tudo o que conseguem com esse tipo de conduta é promover ainda mais o oponente.

Embora patentes as divergências regionais, o que é absolutamente normal, uma vez que divergir faz parte do processo democrático, não se deve tratar o oponente como um inimigo. É imprescindível que haja respeito à pessoa do adversário, o que nem sempre ocorre. O certo é que, nivelar campanhas por baixo será sempre um erro crasso, se considerarmos que o povo anda mais esclarecido e já não tolera mais qualquer tipo de manobra ardilosa.

Na verdade, o que o povo precisa nos dias atuais é o restabelecimento da confiança na representatividade política, esperando que municípios, estados e a União possam lhes dar o direito da contrapartida de seu trabalho intenso, o qual lhes tem sido negado nos últimos anos. É isso que a sociedade espera com a realização das próximas eleições.

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