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Vivendo o “Economês”

Francisco Laviola – 28/06/2018

Interessante a forma como se fala de Economia. De tanto ouvirmos falar de crises financeiras, nacional e internacional, mesmo sendo leigos no assunto, vamos aprendendo a conviver com situações e palavras do “economês” que, embora não dominando a matéria, passamos a utilizá-las como se fizessem parte da nossa intimidade.

Na época de inflação alta, por volta dos anos 80 até a entrada em vigor da URV (Unidade Real de Valor), cruzeiro real e posteriormente o real, moeda que hoje utilizamos, as palavras mais ouvidas eram indexação, desindexação, espiral inflacionária e outras mais. Ouvíamos a todo instante os economistas dizerem: precisamos “desindexar” a economia; fazendo isto, vamos acabar com a “espiral” inflacionária.

Confesso que a minha ignorância, que nada tinha de econômica, não me permitia entender bem o que queriam dizer os economistas. Só sei que era uma correria dos preços tentando acompanhar os índices inflacionários, que eram forçados para cima devido à remarcação de mercadorias nas prateleiras, formando um círculo vicioso que os salários não conseguiam acompanhar.

E nos dias de hoje, em tempos de crises financeiras e recessão, a pergunta que se faz é a seguinte: você sabe o que significa mercado? Pois é. Este é o tema do momento. O mercado é tão importante nos períodos de turbulências econômicas, que deram vida e alma para ele. Tudo depende do mercado. Basta pegar os jornais que vamos ver estampadas nas suas páginas as seguintes manchetes: “Depende do mercado regulador”; “O mercado está estressado”; “O mercado está nervoso”. Na economia de hoje, tudo depende de como o mercado vai reagir. Parece-nos que esse “mercado” não tem mesmo jeito. A julgar pela vida e alma que deram para ele e pelas falcatruas e pecados cometidos, no fim dos tempos, ele será condenado ao inferno.

É o capitalismo selvagem, já dizia o cantor de pop rock. Volatilidade de ativos, commodities, spread, derivativos, superávit primário, macroeconomia, câmbio flutuante são expressões, ou melhor, são verdadeiros “palavrões,” para a maioria dos brasileiros, que as ouvem, convivem com elas, mas não sabem do que se tratam.

E assim, mesmo sem entender o “economês”, vamos convivendo com os altos e baixos do “mercado” – olha ele aí de novo – e com verdadeiros jogos de palavras cruzadas no âmbito da economia. A única certeza que se vislumbra no meio desse cipoal econômico é que a esperança de crescimento do país está, não na remuneração do capital, mas na capacidade de produzir e na força de trabalho do seu povo.

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