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Será a Benedita…?

Há muitos anos, quando alguém se surpreendia negativamente com um fato, costumava dizer: “Será o Benedito…?”, e outros ainda completavam: “Será o Benedito ou o capote dele…?”.

Dizem que essa expressão tem a sua origem nas artimanhas políticas do líder mineiro Benedito Valadares. Verdade ou fantasia, o certo é que me lembrei disso quando li nos jornais locais alguns disparates da deputada carioca Benedita da Silva, que esteve em nossa cidade.

Quando ela falou dos direitos e conquistas da mulher, seu pensamento coincidiu com o pensamento de qualquer mente esclarecida. Mas quando expôs seu pensamento a respeito de Lula e do pedido de impeachment da Dilma, demonstrou, além de um sectarismo partidário elementar, uma falta de conhecimento histórico, político e legal sobre tais assuntos.

Quando se referiu às investigações sobre Lula, demonstrou paixão partidária e insipiência histórica, ao comparar Lula com Mandela. Mandela, um grande líder mundial, foi preso injustamente durante anos, por defender o fim do apartheid e por lutar pelos direitos da maioria negra na África do Sul. O Lula, ao contrário, está sendo investigado e corre o risco de ser condenado e preso por crime de corrupção, por participação nos esquemas imorais do mensalão, do petrolão e tantas outras maracutaias que ainda vão surgir. Comparar Lula com Mandela é, no mínimo, uma ofensa a Mandela. Além disso, a senhora Benedita ainda ousou dizer, em tom de ameaça, que “se Lula for preso vai haver uma convulsão social… eles é que sabem”, disse ela.

Ora, a senhora Benedita, pelo visto, não aprendeu em seus mandatos o que é legislação. O Brasil é um Estado democrático sob a égide do Direito e Lula, como os demais envolvidos, serão investigados, sim, e, se condenados, serão presos, sim, mas por motivos bem diferentes daqueles que levaram Mandela ao cárcere. Mandela foi preso injustamente por seu idealismo. Lula o seria pela corrupção implantada no país, e se alguns baderneiros forem às ruas para defender a corrupção, os corruptos e os corruptores, não se enganem: a justiça, por certo, colocará o policiamento para restaurar a ordem.

Lula afirmou, há dias, que pode incendiar o país se for preso. Acredito que depois dessa onda de escândalos, um verdadeiro tsunami de imoralidades, Lula não tem mais condições de incendiar coisa alguma, muito menos um país já amadurecido e ávido pela moralização, como o Brasil. Quando se meteu nessa encrenca do mensalão, do petrolão e outras maracutaias, Lula incendiou, sim, mas foi a sua própria imagem e credibilidade que um dia teve junto à população.  Hoje, como um Dorian Grey do agreste, representa um quadro que envelheceu na parede, enquanto o original atrelou-se à ilusão de um prestígio e imagem que já não tem.

Quanto ao pedido de impeachment da Dilma, deveriam lembrar à senhora Benedita que isso é um instrumento legal dos Estados democráticos, diferentemente das republiquetas de esquerda avessas às liberdades de expressão. Cabe à presidente Dilma, no exercício do seu pleno direito de defesa, defender-se dentro dos parâmetros da lei, e não agredir as nossas instituições, chamando de “golpe” um anseio popular irrefreável, alicerçado nas leis e conquistas democráticas. Tais avanços, certamente, não foram conseguidos por terroristas ou assaltantes de bancos e quartéis, mas por pessoas sérias que exigem a moralização do país.

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