Depois de deflagrado o Golpe Militar de 1964, que culminou com a deposição do então presidente da República, João Goulart, o Brasil viveu mais de 20 anos de sua História sob o comando de marechais e generais, que só permitiram ao povo ir às ruas a partir do ano de 1984, quando a sociedade criou coragem e começou a exigir a redemocratização do país, com as memoráveis campanhas das “Diretas já”.

A partir daí, embora tenha avançado na sua redemocratização, o país viveu dez anos de uma intensa turbulência econômica, entre Planos e mais Planos, até chegar à estabilização, com a criação do Plano Real, em 1994, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.

Na política contemporânea, o marco histórico mais importante foi a consolidação da democracia, através da promulgação da atual Constituição que ocorreu em 05 de outubro de 1988.  Com a nova constituição, foram resgatados os direitos e as garantias dos cidadãos, o respeito às instituições, a liberdade de expressão e o direito à informação, que são os princípios básicos do tão propalado Estado Democrático de Direito.

Pois bem, passados mais de 29 anos desde a promulgação da Carta Magna, chamada por Ulisses Guimarães, então presidente da Câmara dos Deputados, de “Constituição Cidadã”, temos hoje um país novamente sacudido por sérias turbulências causadas pelas crises política e econômica; temos um governo desastrado, sem credibilidade, onde a corrupção campeia livre, leve e solta; temos um Congresso desmoralizado, que se deixou levar pelas falcatruas, resultado de uma degradação sem precedentes dos princípios da honestidade e da probidade. O famoso “jeitinho brasileiro” se tornou um gigante e colaborou decisivamente com a pavimentação das principais vias de acesso usadas para o roubo do dinheiro público, patrimônio dos brasileiros que trabalham e pagam os seus impostos.

A turbulência pela qual passa a aeronave brasileira não se concentra só na economia. Ela está principalmente na política, onde os comandantes representados pelo trio Lula, Dilma e Temer, conseguiram a proeza de fundir o seu principal motor. Hoje, essa aeronave desgovernada, chamada Brasil, com os seus mais 210 milhões de passageiros, busca desesperadamente alguma pista para pousar com um mínimo de segurança.

O Brasil passou os últimos anos sob a égide do conluio, do tráfico de influência, do corporativismo entre os políticos especialmente montado para blindar os desvios de conduta de seus apaniguados, sem contar a degradação de suas instituições.

Com os três últimos presidentes e mais uma legião de ministros e colaboradores sendo investigados pela Policia Federal, resta-nos torcer para que apareça algum salvador da pátria, literalmente, pois o desprezo com o qual eles trataram o país, nos últimos anos, mostra que o tal jeitinho brasileiro já foi para o espaço. O povo não aceita mais esse jogo de vale tudo, e, certamente, vai exigir, seja nas ruas ou através das redes sociais o respeito para com o país.

Se cada brasileiro se mobilizar e criar coragem para dizer aos políticos que “respeito é bom e eu gosto”, certamente poderemos ter dias melhores no futuro.