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O golpe

Nesta semana, a convite de amigos, tive a oportunidade de visitar a Agrishow, evento realizado todos os anos na cidade de Ribeirão Preto, no estado de São Paulo. Se não é a maior, é uma das maiores feiras de tecnologia agrícola do mundo.

Ali, pude comprovar a pujança tecnológica da agroindústria brasileira e a importância do agronegócio para o país. A feira se compõe de vários setores como implementos agrícolas gigantescos, centros de pesquisas e universidades, peças, autopeças e pneus, válvulas, bombas e motores, veículos de alta tecnologia, equipamentos para irrigação, aviões para a pulverização de defensivos, produção de biodiesel, máquinas agrícolas e sementes, enfim, tudo que há de mais avançado em tecnologia no mundo para implementar os negócios do país, além de importantes projetos e experimentos para alavancar a agricultura familiar. Tive, portanto, a confirmação do que representa o segmento do agronegócio para o país, utilizando-se da mais alta tecnologia.

Considerando que o agronegócio é apenas um dos vários segmentos que compõem a geração de riqueza e de desenvolvimento do país, vem à mente a pergunta que não quer calar: Como pode um país com tantas possibilidades de se tornar uma referência na economia mundial se encontrar numa situação tão crítica de recessão combinada com inflação e de desconfiança do mercado internacional, a ponto de ter um crescimento negativo? Como pode um país com uma carga tributária tão alta e que gera arrecadação de trilhões em impostos, não poder dar uma contrapartida mínima a favor da população, como saúde, saneamento básico, moradia de qualidade, segurança pública e mais uma série de outras deficiências?

Quando se fala em impeachment da presidenta da República, os fiéis escudeiros partidários, que não enxergam o desgoverno do país e nem o abismo para onde ele está sendo direcionado, têm a coragem de bater na mesma tecla: “É golpe!” Ora, golpe é ter um país tão rico de possibilidades de desenvolvimento econômico e social nas mãos, como pude certificar lá na feira que mencionei, e não saber governá-lo, para dar o mínimo de alento à sua população. Golpe é mentir para o povo, esconder a real situação do país, com as famosas pedaladas fiscais, com o objetivo único de vencer uma eleição e permanecer no poder. Golpe é incentivar a corrupção com o famoso “toma lá, dá cá”, utilizando-se do dinheiro do contribuinte. Golpe é querer blindar um ex-presidente investigado pela Polícia Federal, tentando obstruir a Justiça e livrá-lo das mãos de um juiz que está passando o Brasil a limpo. Golpe é a presidenta desrespeitar a mais alta Corte do país e tentar vender para a imprensa estrangeira a notícia de que está sendo vítima de um “golpe” para tirá-la do poder. Golpe é tentar intimidar a imprensa para que não sejam noticiadas as maracutaias, os roubos, os assaltos às empresas estatais e aos Fundos de Pensão. Enfim, o golpe maior foi roubar dos brasileiros todos os seus sonhos, principalmente aqueles que acreditaram nas promessas de que o nosso país não seria mais o país do futuro, mas, sim, o país do presente.

Se a presidenta quer prestar um grande serviço à pátria, não precisa dar um tiro no peito, para “sair da vida e entrar para a história”, como fez Getúlio Vargas. Basta que faça um exame de consciência, assuma os seus erros e saia “de fininho”, antes que seja escorraçada do Palácio do Planalto, pois a sua história, infelizmente para os brasileiros, já está contada.

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