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Ninguém está acima da lei

Ao Eike com carinho. Começando a primeira coluna do ano com essa frase, pode ser que o leitor esteja estranhando. Calma, gente; já vou explicar. No carnaval de 1998, penso que todos estão lembrados, a ex-modelo Luma de Oliveira desfilou a sua “abundante” beleza no Sambódromo do Rio de Janeiro, pela Escola de Samba Tradição, com uma coleira como adereço colada no pescoço, na qual estava escrito o nome “Eike”, na época, uma homenagem ao seu marido.

Começava aí uma trilha de sucesso empresarial de um personagem que chegaria ao apogeu como o sétimo homem mais rico do mundo. Talvez a sua aproximação com o mundo político tenha sido a razão tanto do seu surpreendente sucesso como da não menos surpreendente derrocada do seu império, construído em tão pouco tempo e culminando com a sua prisão. Sua trajetória se assemelha muito àqueles foguetes de vara que eram utilizados antigamente nas festas juninas. Os foguetes, fabricados por especialistas da época, saíam do solo, coloriam o céu estrelado das noites de São João, mas ao queimar toda a pólvora, caíam, inapelavelmente, num terreno baldio qualquer.

Mas não vou ficar aqui contando a história de um “Titanic” brasileiro que naufragou no mar da própria prepotência e que sempre achou que o seu celebrado poder poderia passar incólume por cima da lei. Acontece que o Brasil, por força das pressões populares, seja nas ruas ou nas redes sociais, está mostrando a cada dia o fortalecimento de suas instituições. Esse é o caminho da mudança que o povão sempre esperou e que, para surpresa de alguns céticos, essa mudança está realmente acontecendo. Não há mais lugar para ceticismos.  Quem, em sã consciência, poderia dizer, ou pelo menos pensar a alguns anos antes, que veríamos amargando na cadeia gente tão poderosa como José Dirceu, Sérgio Cabral, Luiz Estevão, Eike Batista, Delcídio do Amaral, Antônio Palocci, só para citar alguns dos mais famosos, além de grandes empresários que sempre dominaram o ramo de empreiteiras que passaram uma vida sugando o país?

É sabido que a maioria das investigações que estão sendo feitas, seja pela Polícia Federal ou pelo Ministério Publico, ainda estão inacabadas e teremos, certamente, muitas surpresas, uma vez que o sigilo passou a ser exigido pela Justiça. Ainda tem muita gente “boa” na mira do Judiciário, os quais, a qualquer momento, poderão receber a incômoda visita da polícia às seis da manhã. Podem acreditar nisso. O Brasil está mudando. Já não se trata apenas da ação da chamada “república de Curitiba”, como sempre disseram os militantes lulopetistas, que se diziam perseguidos. Já não dependemos mais somente do juiz Sérgio Moro ou do ministro Teori, que lamentavelmente morreu num acidente aéreo cuja investigação ainda se encontra em curso. Queiram ou não, as nossas instituições vão continuar funcionando. Além disso, com esses exemplos claros de mudança, hoje podemos ter a esperança de que, finalmente, ninguém poderá se considerar acima da lei.

Só para mudar o rumo da prosa, como comecei escrevendo sobre o Eike Batista, o homem que pagou a mísera quantia de US 16,5 milhões em propina ao ex-governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, volto a ele, por ter sido o principal personagem dos noticiários desta semana. É que recebi, pelo WathsApp, uma dessas piadinhas sem graça, mas que faz algum sentido. Fazendo uma analogia com o futebol, disseram que o Eike Batista está igual o jogador uruguaio Loco Abreu: começou em Botafogo e foi parar em Bangu. Fraquinha essa, não é? Mas, fazer o que? Não sou o autor dela. Estou só compartilhando. Fui…

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