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Lula, o político

Um dia desses, conversando numa roda de amigos sobre política, arrisquei um palpite sobre a figura do ex-presidente Lula. Emiti uma opinião, que, na realidade, faz parte do meu entendimento sobre o perfil político e também pessoal do ex-presidente, até porque, se conseguirem provar tudo o que estão noticiando, Lula estará irremediavelmente perdido e, certamente, terá selado na sua biografia o título de maior trapaceiro entre todos os chefes de Estado da história contemporânea.

Mas, voltando à minha opinião, eu disse que considerava o Lula o maior político que o país conheceu nos últimos anos. Claro que os amigos levaram um susto. Além disso, quem lê essa coluna semanalmente, pode entender que a minha definição se trata de um contrassenso ou de uma enorme incoerência, levando-se em consideração tudo o que eu já escrevi aqui neste espaço sobre a política nacional.

Assim, vamos lá, e pensem comigo. Lula enquanto sindicalista, criou o PT, um partido de esquerda extremamente radical. Combateu as elites, insultou banqueiros e empresários, foi preso; depois solto, foi aclamado como o grande líder, ou seja, cultivou uma liderança conhecida como “petistas”, que era considerada pelos seus seguidores não como um partido político, mas como se fosse uma verdadeira seita, tal o tamanho do seu radicalismo.

Por três vezes, concorreu à Presidência da República, sendo derrotado. Começou a partir daí a sua metamorfose. Ao jogar no lixo toda a sua filosofia de esquerda radicalista e se unir aos empresários e banqueiros, aos quais ele tanto destratou, acabou sendo eleito e, em 2002, tornou-se o primeiro metalúrgico com direito a subir a rampa do Palácio do Planalto como presidente do Brasil. Os petistas, absolutamente eufóricos, exibiam, orgulhosos, a estrela vermelha, símbolo de muitas lutas anteriores. Até que enfim, era Lula lá, diziam. Surfando na onda do Plano Real e da estabilização econômica promovida pelo governo de Fernando Henrique Cardoso, ele prometeu acabar com a fome, com a miséria, com a pobreza extrema, conheceu a popularidade, o mundo, desfilou de carruagem com a rainha da Inglaterra. Ao mesmo tempo, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, dizia: “Esse é o cara”.

Mas como governar o país sem uma base parlamentar? Esperto, e capitaneado pelos seus fiéis escudeiros, José Dirceu, José Genuíno e vários outros, montou uma base aliada em cuja fachada estava escrito: governo de coalizão. A estratégia deu certo até explodir o mensalão, uma compra de apoio de partidos e parlamentares em troca de votos a favor de projetos de interesse do governo. Mas Lula “não sabia de nada, nunca soube”, dizia sempre. Enquanto os “companheiros” eram presos, processados e encarcerados, Lula escapou ileso, e, ainda por cima, com uma alta popularidade, apesar dos escândalos de corrupção.

Com o seu mandato por terminar, inventou a Dilma, ou a “Dilminha”, como ele dizia. Na campanha da sua sucessão, na inauguração de uma plataforma para extrair petróleo, sujou literalmente as mãos com o “ouro negro” e carimbou o macacão da então candidata Dilma. Mal sabíamos nós que aquelas mãos sujas de petróleo, mostradas sob as luzes dos holofotes, naquele momento, era o prenúncio do maior assalto aos cofres públicos da nossa História. Já estava em curso o “propinoduto” e selado o novo “alvo” da corrupção. Ali, naquele momento, a Petrobras já estava sendo assaltada para saciar a fome de políticos ligados ao governo. Como sempre, Lula nunca soube de nada e continua sem saber. Pobre dos brasileiros que não sabem votar. Reconduziram a “Dilminha” para um novo governo, ou desgoverno, como queiram. O Brasil está naufragando e o “comandante”, que nunca deixou de agir, agora acuado pela Polícia Federal, continua afirmando que “não sabe” se tem um triplex na praia de Guarujá e nem um sítio em Atibaia (SP), até porque, ao que parece, os dois imóveis não estão no seu nome, embora a empreiteira OAS tenha feito as reformas por sua conta, tendo sido enviado, pela família, móveis e objetos pessoais do ex-presidente para o local.

E assim caminha a humanidade, ou melhor, caminham os brasileiros. Quando eu disse que Lula é o maior político que apareceu no Brasil nos últimos tempos, é porque, apesar de acuado pela Polícia Federal, e de tudo mais que já se sabe em relação à sua conduta, ele continua mandando. O ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que o diga. Além disso, eu disse o maior, e não o melhor, até porque, é bom que se esclareça que, ressalvadas as exceções, político no Brasil virou sinônimo de corrupção.

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