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“Fraternidade e a superação da violência”: saiba mais sobre o tema da Campanha da Fraternidade 2018

Na manhã de quarta-feira (14), na sede provisória da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília, foi aberta oficialmente a Campanha da Fraternidade (CF) 2018, com o tema “Fraternidade e a superação da violência” e o lema “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8).

O presidente da entidade, cardeal Sergio da Rocha, e o secretário-geral, dom Leonardo Steiner, receberam autoridades para o evento: a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, o coordenador da Frente Parlamentar pela Prevenção da Violência e Redução de Homicídios, deputado Alessandro Molon, e o presidente da Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP), Carlos Alves Moura.

Os números alarmantes revelados pelas pesquisas sobre a violência crescente, além da própria sensação de insegurança que vive a população em muitas regiões do país, mostram a necessidade de reflexão do tema. O estudo mais recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) traz os dados da violência de 2015, e mostram a necessidade de um maior comprometimento das autoridades políticas e da segurança pública em torno de um pacto contra os homicídios. O próprio relatório afirma que é preciso substituir o discurso vazio e de ações midiáticas que nada resolvem, por ações de coordenação, planejamento e gestão.

O Atlas da Violência 2017, produzido pelo Ipea, indica a necessidade de aprimorar o controle do uso de armas no país, além de revelar o perfil da maior parte das vítimas da violência: homens, jovens, negros e com baixa escolaridade. No entanto, também é alarmante o número de vítimas de outras categorias, como mulheres: em 2015, 4.621 mulheres foram assassinadas no Brasil, o que corresponde a uma taxa de 4,5 mortes para cada 100 mil mulheres. O próprio relatório recorda, no entanto, que este número representa uma pequena ponta do iceberg, já que as mulheres também são vítimas de outras formas de violências (física, psicológica e material) que são motivadas por uma cultura patriarcal e que passam invisíveis aos olhos da sociedade.

“O esquecimento do mandamento do amor e da ética gestam e despertam violência. Os descaminhos, no entanto, podem ser superados com a volta às origens, com a reconciliação e a misericórdia. Somos chamados à superação da violência, pois somos filhos e filhas de Deus”, dom Leonardo Steiner.

No Brasil, a Campanha da Fraternidade existe há mais de 50 anos e sua abertura oficial sempre ocorre na Quarta-feira de Cinzas, quando tem início a quaresma, época na qual a Igreja Católica convida os fiéis a experimentar três práticas de penitência: a oração, o jejum e a caridade.

Conversa com o padre Átila Latini – Em conversa com o jornal A Notícia, o pároco da Paróquia São Paulo de Muriaé, o padre Átila Latini, disse que o primeiro objetivo da Campanha da Fraternidade 2018 é despertar as pessoas sobre a violência que vem tomando conta da sociedade.

 

“A violência está contaminando a sociedade. Algumas pessoas parecem ter a concepção de que, apenas com a violência, terão os seus problemas resolvidos. Temos que conscientizar também de que ações violentas se dão por vários modos: verbalmente e fisicamente. De certa forma, até mesmo a corrupção pode ser um exemplo de ato violento contra o povo. Devemos refletir que a violência não está apenas em zonas de guerra, mas também no nosso dia a dia com o uso equivocado das palavras e gestos que ocorrem no trânsito, em casa ou no trabalho. É uma questão cultural que deve ser analisada. Precisamos despertar para esta realidade e, a partir daí, ver o que pode ser feito. Quem sabe até mesmo votar consciente nas próximas eleições”, conta.

Fonte: CNBB

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