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Falando sério, Paulinho?

Falando sério, não é que o livro do Paulinho Levate saiu mesmo? Eu já sabia da novidade, pois há alguns meses ele tinha me informado a respeito do lançamento de um livro seu. Só que, falando sério, poucos amigos ou conhecidos acreditavam neste seu empreendimento que se fazia oculto no seu coração e que, na calada da noite, era projetado como um sonho sonhado. Pois bem, sonho sonhado, sonho realizado.

Não vou nem pedir desculpas ao meu amigo autor pelo plágio do título da coluna, até porque, ao invés de me desculpar, ele vai inventar, no estalo, ou seja, na hora, uma piada qualquer pra me contar. Ele é assim, e por isso mesmo, vai vivendo e colecionando amigos.

O conhecimento e a amizade que fomos cultivando ao longo dos anos me permitem dizer que o Paulinho Levate e eu temos muitas coisas em comum, principalmente quando ele fala do “Glorioso”. Somos botafoguenses de carteirinha. É alegria quando se ganha – Colo-Colo e Olímpia já ficaram para trás – e tristeza quando se perde. Ganhar do Flamengo, então, mesmo que seja com um gol feito em impedimento, claro, tem um sabor especial.

Conheci o Paulinho nos movimentos de igreja, notadamente, na Congregação Mariana, onde ele permanece até hoje, e eu, por ser um relapso, estou afastado. Sob os olhares vigilantes do padre Adriano, vigário por muitos anos da igreja da Barra, trabalhamos muito tempo juntos na coordenação da famosa “rezinha”. Nossas filhas, a sua Ana Paula e a minha, Juliana, que hoje é diretora-proprietária deste jornal, eram colegas de colégio e parceiras nas coroações durante os festejos do “Mês de Maria” ou na comunidade do Barreiro, onde ele era ministro da Palavra e da Eucaristia. Profundo conhecedor da Bíblia, ele também dava curso religioso para os jovens coroinhas, chamados de “marianinhos”.

Infelizmente, não posso ficar aqui escrevendo sobre tudo o que temos em comum, senão, acaba o meu espaço e perco a oportunidade de falar do seu livro, que, curiosamente, de certa forma, continua nos ligando um ao outro. É que todas as histórias contidas no livro, seja falando sério ou brincando, me remetem a um passado de lutas e dificuldades na zona rural, tempo em que, para fazer o curso primário, eu era obrigado a enfrentar a pé os seis quilômetros de estrada empoeirada que separavam a minha casa da roça até a escola, na minha cidade natal, São Francisco Glória.

A comunidade do Divisório foi o seu berço, e quando ele escreve sobre o seu passado e mesmo sobre o presente, seja falando sério ou brincando, o faz com o orgulho de quem pautou toda uma trajetória de vida embasada no sólido alicerce construído pela sua família. Quando escreve sobre os irmãos já falecidos, Totonho, João, Areno e Tatão, pessoas as quais conheci e convivi, uns de uma forma e outros de outra, o faz com a saudade natural de quem perdeu entes queridos, mas deixando explícita a alegria de ter convivido e aprendido muito com eles, principalmente porque, todos eles, mesmo partindo prematuramente, deixaram um grande legado não só para a sua família, mas também para sociedade muriaeense. Dos “causos” contados em “Falando sério… e Brincando”, é impossível não nos divertirmos com eles. Na verdade, para quem o conhece, como eu, a leitura do livro serve para viajar no tempo.

Que bom, Paulinho! Que bom que você teve a feliz ideia de escrever o seu livro, colocando nele a sua trajetória de vida, mostrado que vencer é possível. Basta acreditar, ter persistência para transpor os obstáculos que a vida nos impõe e ter Deus no coração. Parabéns!

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