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DE VOLTA À REALIDADE

Adellunar Marge

Não ganhar a Copa do Mundo de Futebol até que não foi tão ruim assim. Poderiam aproveitar a distração e o êxtase popular com as comemorações para soltarem o resto dos presos por corrupção. O caneco não é nosso mais uma vez, mas pelos menos vamos ter tempo para continuar tentando moralizar a política em nosso país.

É claro que existem aqueles que vão continuar defendendo corruptos  que estão presos e pregando a sua liberdade mas, apesar da algazarra que fazem, representam um insignificante número da população e (ainda bem) o que conta em eleições é o número de votos. Se não fosse o beneplácito de alguns juízes (?) do STF (ao arrepio da população), nós teríamos muito mais corruptos na cadeia.

A política, mais do que uma ciência, chega a ser uma arte e pode e deve ser o instrumento ideal para a boa administração de uma sociedade. Sempre foi pensada assim desde a antiguidade, embora nunca tenha sido exercida com a dignidade necessária e esperada. Mas é necessário que seja uma política séria, sem a paixão irracional exercida como religião ou seita, em que seus seguidores, como “massa de manobra”, veem seus líderes como entes divinizados e colocados acima do bem e do mal. Uma prática política dessa natureza é irracional e desagregadora de uma sociedade. Existem vários instrumentos que podem ser usados como auxiliares para o aperfeiçoamento da atividade política.

As redes sociais, por exemplo, podem ser hoje um formidável instrumento para esse aperfeiçoamento. O grande problema é que as redes sociais podem também ser usadas para a destruição e o sectarismo social. Por sua imensa e intensa penetração em todas as camadas sociais, esses recursos da internet deram voz à sociedade como um todo, como se fosse um imenso palanque de debates. Assim, deram voz às pessoas de bom senso, a pessoas bem intencionadas, independente de raça, credo, cultura e classe social. Mas, como disse o Filósofo e Linguista italiano Humberto Eco, as redes sociais também deram voz a muitos imbecis. Saber filtrar as informações, defender-se das “fake-news” e não se deixar levar pelo engodo nesses tempos conturbados, demanda muita atenção e muito senso crítico, mas é uma obrigação de todo cidadão de bem.

Paralelamente a tudo isso, a Justiça brasileira (com todos os seus tropeços) vai cumprindo a sua função. Se existem alguns togados que pisam na bola, por outro lado temos muita gente íntegra nos Tribunais para combater a corrupção e fazer do nosso país um país melhor para todos. Diz um antigo ditado popular que “quem critica a justiça é porque, em via de regra, tem culpa no cartório. Não tenho a pretensão e o hábito de citar textos sagrados, mesmo porque não sou assíduo freqüentador de templos, embora espiritualista. Mas por força de ofício transito pelos textos sagrados de diversas doutrinas e religiões, a troco de respostas aos mistérios e inquietações que a existência nos apresenta e foi num desses momentos que deparei-me com o (Rom. 13. 2…), que diz entre outras coisas: “ …em verdade, as autoridades inspiram temor, não porém a quem pratica o bem e sim a quem faz o mal…Queres não ter o que temer da autoridade ? Faze o bem e terás o seu louvor”.

Assim, com todas as falhas que possam existir, não temamos os juízes pois só devem temê-los quem o mal praticou. Não ganhamos a Copa do Mundo mas este ano ganhamos mais uma oportunidade de passar o Brasil a limpo. Vamos tentar mais uma vez. Nesses  últimos anos erramos bastante e colocamos no poder o que tínhamos de pior. Podemos caprichar um pouco mais a pontaria. As opções são pouquíssimas, eu sei.  Mas se não der para escolher o melhor, que escolhamos o menos ruim. Como diziam os romanos: “minima de malis”…dos males, os menores…

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