Corruptose maníaco ostensiva
Seria um bom nome para o mal que aflige grande parte dos nossos políticos, talvez a maioria. Normalmente, o paciente tem reações violentas quando o mal é descoberto. Essas doenças morais produzem um mal-estar intenso, causado pelo desmame repentino, produzindo crises convulsivas, acessos de raiva e recusa obstinada à internação no Hospital de Bangu para tratamento.
Os políticos vitimados por essa “corruptose” desfrutam de uma vida saudável e de excelente bom humor, até serem diagnosticados pelos doutores da Justiça. As reações de mau humor e revolta se acentuam quando são levados pelos zelosos enfermeiros federais para tratamento em Bangu, um respeitável centro de recuperação. A maioria desses pacientes reage com agressões, pontapés, ofensas e retaliações de toda espécie. Outros, caem em profunda melancolia pela expectativa de perda de status e de “tetas”. Assim foi com o Zé Dirceu, o Genuíno, o Duque e tantos outros artistas do lulopetismo.
Há dias, o Brasil e o mundo (não mais estarrecidos) assistiram ao internamento de mais dois desses pacientes: o Sérgio Cabral, amigo e apoiador político da Dilma, e o Garotinho, conhecido por suas traquinagens (coisas de garoto).
As famílias ficaram muito revoltadas. Onde já se viu homens do calibre e significação popular como um Sérgio Cabral e um Garotinho serem levados para tratamento em Bangu dentro de um camburão? (Ainda que em formato de ambulância um e de carrão preto o outro). No fim… eram camburões mesmo.
Ora, todo mundo sabe que camburão e cadeia, no Brasil, sempre foram privilégio de pobres, de ladrões de galinha, criminosos reles que a sociedade marcou como pobres e desvalidos da sorte. Político, não! Político tem uma etimologia bonita. Vem lá do “politikos” grego (PolitikoV), pessoas acostumadas a morar em mansões em Mangaratiba, a comemorar aniversários em Mônaco com anel de brilhante de R$ 800 mil ou em restaurantes luxuosos de Paris. Já pensaram como deve ser doloroso trocar tudo isso por uma minúscula cela de 3 x 3 metros, sem ar condicionado e naquele inferno de clima que é Bangu?
Isso é um absurdo. Pessoas desse porte deveriam cumprir pena em uma suíte no Copacabana Palace. Pelo menos aquela vista maravilhosa ornamentada de fios dentais atenuaria a perda repentina daquelas míseras mesadas de R$ 500 mil. O nosso país é mesmo muito injusto com esses políticos que, com seu esforço e a sua dedicação diária, construíram esta nação.
O problema é que nós, brasileiros, habituamos a fazer, como eu fiz nos parágrafos anteriores, piadas e gozações com os mais graves assuntos nacionais. Os WhatsApps estão repletos de piadas, até criativas, mas nada construtivas, sobre os corruptos e corruptores que levaram esse país ao caos e o submeteram à execração mundial. Aprendemos e nos acostumamos a brincar de tal modo com coisas sérias que acabamos por perder o verdadeiro senso crítico. Crítico, aí sim, em seu verdadeiro significado original, como instrumento apto para a emissão de um juízo de valor.
Definitivamente, este não é o país que sonhamos, mas pode e deve ser recuperado, se tivermos disposição, ousadia e seriedade bastante para pormos ordem na casa e deixar para nossos filhos e netos um país melhor.