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Coisas de um “Maluco Beleza”

Francisco Laviola -15/03/2018

Começo esta crônica fazendo uma confissão para os meus poucos, mas estimados leitores: foi na quarta-feira, eram 23 horas, quase final do dia e tinha acabado de chegar de uma viagem onde fui cumprir um compromisso de trabalho. Sentado em frente ao meu computador, não tinha a mínima noção do que fazer com aquele teclado.

Busquei no jornal do dia alguma coisa interessante que pudesse servir de inspiração, e, ao mesmo tempo, repassar ao meu leitor alguma informação útil.

Nada. As notícias estampadas nos jornais nada tinham de novidade. Vi uma chamada de capa do jornal que talvez despertasse a atenção: “No Rio três mulheres são assassinadas em 24 horas”.  Mas, escrever sobre violência e criminalidade, também não era uma novidade que pudesse atrair a atenção do leitor, pois já tinham sido temas de crônicas anteriores.

Na política, o Temer continuava a fazer o que vem fazendo desde que assumiu o governo no lugar da “presidenta” defenestrada, ou seja, tentando se equilibrar na corda bamba da impopularidade, buscando a travessia da sua famosa “pinguela” e entregar o governo no final deste ano, para então, se explicar para a “Dona Justa” aquela questão da mala que está muito mal explicada até agora.

No Poder Judiciário também não tinham novidades, uma vez que um réu já condenado em segunda instância a mais de 12 anos de prisão, continua livre, leve e solto, impetrando recursos atrás de recursos, o que uma praxe, peitando todo o Sistema com a sua campanha antecipada, sem ser incomodado. Afinal de contas, tem um Partido político que quer vê-lo presidente da República, mesmo que o Palácio onde irá residir seja o da Papuda ou um outro  presídio qualquer de segurança máxima, como se isso fosse possível.

Notícias de mais falcatruas, descobertas de roubalheiras e prisões temporárias também não são novidades. Todos os dias estamos vendo e ouvindo coisas desse tipo nos telejornais. Portanto, estava tudo dentro da normalidade e o jornal que peguei para ler, infelizmente, não trouxe novidade alguma.

Como estava tudo certo e não tínhamos novidades para contar, quem me salvou foi o Raul Seixas, o Maluco Beleza. Sim, ele mesmo. Mas pode o leitor questionar: Ele não morreu em agosto de 1989? E eu posso responder: É verdade, mas eu explico. É que me lembrei de uma música que ele escreveu e cantou: “Pare o mundo que eu quero descer, porque eu não aguento mais notícias de corrupção, violência que não param de aumentar, e pensar que a poluição contaminou até as minhas lágrimas e eu não consigo mais chorar; e ainda por cima, tem que pagar pra nascer, tem que pagar pra viver, tem que pagar pra morrer. Tá tudo errado”.

Talvez seja por isso que ele “sonhou”, e também escreveu e cantou mais uma canção com o título “O dia que a terra parou”.

Finalmente, desliguei meu computador, fui dormir e fiquei sem saber se fiz uma crônica e se ela agradou.

 

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