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Além da roubalheira, os ralos que consomem o dinheiro público

O governo lulopetista, nos seus 13 anos de mandato, sem dúvida, deixou uma sequela terrível para o país e que deverá gastar alguns anos de muita sabedoria dos próximos governantes para recolocar o Brasil nos trilhos. Com certeza, Michel Temer, nos seus dois anos e pouco que lhe restam de mandato, não conseguirá operar esse milagre, embora esteja empenhando em promover as reformas estruturais necessárias para que o país volte a crescer.

Os governos Lula/Dilma mantinham um discurso unificado e uníssono alardeando os avanços sociais, mas, por dentro dos labirintos do Poder Central, além da gastança sem limites com objetivos eleitoreiros, se escondia ainda a criminosa dilapidação do patrimônio público, agora revelada pelas investigações da Polícia Federal e do Ministério Público. Além de se permitir e disseminar a roubalheira generalizada, eles jamais se preocuparam em estancar os ralos pelos quais vão escoando o dinheiro suado dos contribuintes e que deveriam ser usados como contraprestação representada por serviços de qualidade no atendimento à população.

Se não bastasse a herança maldita de uma economia em frangalhos, eles deixaram ainda o legado histórico da desconfiança geral dos investidores. Confiança hoje é a palavra-chave para que o Brasil possa retomar o crescimento e a geração de emprego e renda. E o presidente Michel Temer, para uns sem legitimidade para governar, mas para outros um presidente legítimo levando-se em conta o que determina a Constituição, sabe perfeitamente disso, e não por acaso, já começou a sua saga pelo mundo afora pregando, que apesar de tudo, vale a pena confiar e investir no Brasil.

Além da gastança sem medida dos governos anteriores feitas para manter acesa a chama da permanência no poder, há outros fatores que vêm contribuindo sobremaneira para aumentar o déficit das contas públicas.  Por isso chamo a atenção do leitor para os ralos por onde escoam o dinheiro do contribuinte e que precisam ser estancados. Por exemplo: se houver uma fiscalização séria no programa Bolsa Família, tido como o maior programa de distribuição de renda do país, certamente, pelo menos 30% dos beneficiários não atendem os requisitos básicos para terem direito ao benefício. Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pasmem, um beneficiário do Programa Bolsa Família doou R$ 75 milhões para uma campanha eleitoral. No interior do Nordeste, a indústria da seca continua, apesar das obras de transposição do Rio São Francisco e de uma variedade de outros programas que já consumiram bilhões de reais, enquanto a população continua passando sede e fome. Fala-se muito no déficit da previdência, mas em poucos dias de “pente fino” na concessão de benefícios, já se detectou fraudes de todos os tipos. Só para se ter uma ideia, segundo uma reportagem de capa do jornal “O Globo”, nas perícias que foram feitas até agora, em apenas 2% dos benefícios de auxílios-doença foram detectadas fraudes que poderão, ao ser coibidas, gerar uma economia para a previdência de R$ 139 milhões por ano.

Além das reformas estruturais que o país precisa, como as reformas política, trabalhista e previdenciária, o Brasil precisa de um choque de gestão, para voltar a crescer e gerar emprego e renda. É importante a limitação dos gastos públicos; é importante impedir a roubalheira e a ação dos corruptos, mas também, se trabalharem no sentido de estancar os ralos da administração, certamente sobrará mais dinheiro para as necessidades básicas como saúde e educação. E isto não se consegue da noite para o dia. É preciso persistência, transparência, honestidade e, principalmente, vontade política, elementos básicos nos dias atuais para se fazer uma administração de qualidade.

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