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Alta voltagem

A Operação Lava-Jato continua a todo vapor, muito embora, veladamente, os políticos estejam tentando limitar os poderes investigatórios do Ministério Público e da Polícia Federal. Há, por exemplo, um projeto que se encontra no Senado, chamado de Projeto de Abuso de Autoridade, que caiu, não por acaso, bem no colo do senador Romero Jucá, que é um dos investigados pela operação em curso. Há um burburinho no meio político para tentar estancar a sangria que a Lava-Jato vem provocando nos “artistas” da propina. Só que, por óbvio, ninguém tem coragem de assumir publicamente a paternidade deste “patinho feio”.

Nos últimos dias, aconteceram dois fatos que vêm aumentando consideravelmente a voltagem no meio político e que tem causado um tremendo “frisson” entre políticos com mandato ou já sem ele. O primeiro é a prisão do ex-presidente da Câmara dos Deputados, o ensaboado Eduardo Cunha. O segundo fato é o acordo de delação premiada que foi fechado pelo ex-presidente da empreiteira Odebrecht, Marcelo Odebrecht, com o Ministério Público Federal, depois de oito meses de negociação. O certo é que esses dois personagens são verdadeiros arquivos vivos, puro TNT, que se explodir, pode jogar pelos ares muita gente boa, inclusive participantes do atual governo. Na verdade, são dois “homens-bomba”.

A questão Cunha, em princípio, ainda é uma incógnita. Mas tudo pode acontecer, uma vez que ele, uma vez preso, é hoje um franco atirador. Apesar das investigações a respeito das suas trapaças estarem adiantadas, a sua colaboração pode ser considerada relativa, levando-se em conta a gama de inimigos que ele conseguiu angariar após o processo de impeachment da ex-presidente Dilma. Lembram-se dela? Além de poder atirar para qualquer lado, trata-se de um mentiroso nato, e neste caso, a Justiça poderá ver com reservas a sua eventual colaboração.

Já Marcelo Odebrecht, que segundo informações correntes na mídia teria citado em um primeiro momento 130 políticos entre deputados e senadores, além de 20 governadores, todos beneficiários do chamado propinoduto, deve causar um pouco mais de estrago, e, com esse cenário, vem sendo disseminada uma doença muito comum nas pessoas nos dias atuais, que é tratada por médicos psiquiatras, chamada de Síndrome do Pânico, mas que não “pegava” em político. Parece que as coisas estão mudando.

O certo é que, com tantos fios de alta voltagem desencapados, a tensão pré-delação anda causando histeria. Que o diga Renan Calheiros, que esta semana por pouco não criou uma crise institucional entre o Legislativo e o Judiciário.

No mais, é esperar para ver no que esse imbróglio todo vai dar. Como diz sempre o artista de TV Sérgio Mallandro, o povo quer saber.

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