A hora e a vez da Justiça
Francisco Laviola – 03/05/2018
A Justiça brasileira está em evidência. Sinceramente, não sei se esta assertiva é um fato bom ou se é ruim. O certo é que com todos esses acontecimentos, todos os dias os tribunais são instados a se pronunciarem ou a tomar alguma decisão para nortear ou pavimentar os caminhos da nossa jovem democracia. Hoje, são pouquíssimas as decisões que são tomadas na política, sem antes passar pelo crivo da Justiça. Com os outros dois poderes totalmente desmoralizados, por mais que neguem e tentem continuar de pé, não há outro caminho a não ser se valer das decisões do Judiciário.
A realidade do Poder Judiciário se modificou sobremaneira a partir da abertura política e se notabilizou muito, por causa das decisões polêmicas, nas quais grande parte dos tribunais brasileiros foram chamados a darem o seu parecer. No cerne da questão, encontra-se hoje o Supremo Tribunal Federal, a mais alta Corte do país. O STF teve a sua instituição prevista na Constituição de 1891, portanto há mais de 127 anos. O grande desafio da sua longa história aconteceu no chamado “anos de chumbo”, durante a Ditadura Militar, que apesar das ingerências feitas pelos militares na época, a Suprema Corte continuou de pé, até por que, se fosse também atingida, se configuraria uma ditadura na sua forma mais primitiva possível.
A aproximação do Supremo Tribunal Federal com o cidadão coloca, sem dúvida, a alta Corte na vanguarda da comunicação social e institucional, tendo como fonte as transmissões das sessões plenárias, na sua íntegra, através da TV Justiça. Tomando-se por base as discussões sobre futebol, dizem os comentaristas que o bom juiz é aquele que passa desapercebido durante o jogo. Por isso é que afirmei que não sei se a evidência do Judiciário neste momento de incertezas é um fato bom ou ruim. Embora saibamos que algum ministro ou outro, de vez em quando, em entrevista ou mesmo através de alguma decisão, queira roubar a cena para si, é possível que, comparando mais uma vez com o futebol, seja mais fácil para o cidadão de hoje dizer os nomes dos onze ministros do STF do que os nomes dos onze jogadores da seleção brasileira, que irá disputar uma Copa do Mundo daqui a alguns dias.
Essa evidência junto à sociedade joga por terra todos os venenos destilados pelo lulopetismo contra a Justiça brasileira, utilizados como uma vitimização mentirosa, na tentativa de desarticular investigações, procedimentos e julgamentos dos integrantes do Partido dos Trabalhadores, envolvidos em ações criminosas contra o erário público. Tanto é verdade, que há tempos que não são somente os petistas que estão sendo alcançados no arrastão anticorrupção. Esta que é a verdade. E certamente, muitos outros integrantes dos outros partidos serão alcançados e devidamente punidos.
Portanto, não existe outro caminho para o país combater a impunidade e desidratar o sistêmico conluio de corrupção, se não for através das ações da Justiça. É isso que a sociedade se espera.