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O retrato nas urnas

Francisco Laviola – 23/02/2018

 

Parece que a bagunça política se instalou de vez no país. De olho nas eleições de outubro, nem o Legislativo e nem o Executivo vai colocar em pauta ou votar qualquer proposta que seja considerada impopular, ainda que seja saneadora. Essa foi uma das causas do fracasso da reforma da Previdência. Os políticos estão atravessando um galinheiro onde os ovos estão espalhados pelo chão, fora do ninho, e o medo de pisar neles é evidente. Não querem se comprometer com nada que possa ser explorado negativamente durante as campanhas, principalmente aqueles que tentarão a reeleição.

Mal sabem eles que os brasileiros, e, por conseguinte, os eleitores, estão de olho é nas suas maiores demandas, que deputados, senadores, governadores e presidentes da República – nesse mandato foram dois – nada fizeram para minimizar as agruras da população e cujas necessidades básicas nunca foram atendidas convenientemente. A saúde, que é uma demanda infinita, continua um caos, com gente morrendo nas filas de hospitais públicos. A segurança pública, nem se fala. As pessoas de bem estão reféns da violência, presas em suas próprias residências, enquanto os bandidos estão soltos, assaltando, estuprando, furtando e matando sem dó nem piedade. Culpa de uma legislação frouxa, de um Judiciário burocrático e lento, de um sistema carcerário podre na sua essência, pois, ao invés de recuperar os internos, tornou-se uma fábrica de bandidos.

E isso tudo não é um “privilégio” somente da cidade do Rio de Janeiro, onde o governo decretou recentemente uma intervenção federal política, com o objetivo de tirar partido da situação. A violência se estende pelo Brasil afora, em todas as cidades, inclusive no interior, apavorando a sociedade.

Agora, com a proximidade das eleições, vão começar a aparecer os salvadores da pátria, os eternos “caras de pau”, cujo passado recente, ainda que nada tenham qualquer fato de conhecimento público que os desabone a princípio, também nada fizeram durante os seus quatro anos de mandato para minimizar o sofrimento da população.

Sinceramente, além daqueles eternos candidatos “donos” de partidos nanicos, que só aparecem de quatro em quatro anos na telinha, estou com receio de encontrar as fotos nas urnas de um Lula condenado e que vem peitando a Justiça sem ser incomodado, ou de um outro “poste” qualquer, comandado por ele; de uma Dilma defenestrada por crime de responsabilidade, que arrebentou com a economia do país, mas que teve a bênção do Lewandowski, que assegurou os seus direitos políticos numa das maiores afrontas à Constituição; de um Aécio Neves, galopando atrás de dois milhões de reais dos irmãos “Metralhas”, da JBS, e, até de um Michel Temer, com mala e tudo.

O Brasil, que acaba de obter o seu pior resultado da história no Índice de Percepção da Corrupção (IPC), da ONG Transparência Internacional, devido à ação de políticos contra a Lava-Jato, projeta uma eleição para 2018, cuja grande maioria dos retratos que serão colocados nas urnas representa o que existe de mais pernicioso para o país.

Quem viver verá.

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