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O inferno são os outros

Jean Paul Sartre, queiram ou não os seus críticos, tinha aspectos negativos, mas também muitos aspectos positivos em sua filosofia. Talvez até mesmo pela influência devastadora de duas Grandes Guerras sobre a Europa e, mais precisamente, sobre a sua amada França, materializou-se muito, endureceu o espírito e acabou afirmando a prevalência da existência sobre a essência. O existencialismo marcou profundamente o espírito do século XX.

Para Sartre, o ser humano sempre entende que “o inferno são os outros”. Afinal, ninguém gosta mesmo de assumir os próprios erros e limitações. É mais fácil jogar a culpa no outro. As crianças começam a trilha existencial assim, jogando sempre a culpa no coleguinha e achando sempre um para sofrer as consequências dos seus erros. Só uma boa educação familiar e um bom berço possibilitam a criança se transformar em um adulto de caráter e, consequentemente, em um bom cidadão. Lula não deve ter tido esse privilégio e acabou dando no que deu, cercando-se de uma verdadeira quadrilha, responsável pela maior crise moral do nosso país em toda a sua história. Mas, segundo Lula, “o inferno são os outros”. A culpa não é dele, é do juiz Sérgio Moro que o persegue, é da oposição que o crucifica. O “Messias do Agreste” é mais limpo do que… rosto de santo. Mandou até um emissário à ONU para dizer que o juiz Sergio Moro estava de perseguição e que isso agredia os princípios fundamentais dos direitos humanos.

Agora não foi o juiz Sérgio Moro, de Curitiba, foi o Juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara da Justiça Federal, em Brasília, quem aceitou a denúncia apresentada pelo Ministério Público e transformou em réus o Lula e mais uma meia dúzia de envolvidos.

Será que só tem juiz perseguidor nesse país ou, na realidade, o inferno está quase sempre nas pessoas, em seus erros e atropelos morais que acabam por anestesiar suas consciências, tornando-as insensíveis aos valores positivos? Mas os seguidores de Lula, por uma obstinada e irracional teimosia, continuam obstruindo ruas e avenidas nos grandes centros (ainda que em número inexpressivo), pedindo a volta da Dilma e a santificação de Lula. Aquela velha e desgastada cantilena do “não vai ter golpe… não vai ter golpe…!”. Mas, é claro, que não houve e nem vai haver golpe em nosso país, pois o Brasil já está politicamente amadurecido em suas instituições. Vai haver, sim, julgamento democrático e punição exemplar para os condenados por corrupção, e a arena dos embates jurídicos será sempre os tribunais brasileiros e não a ONU.

O conceito de má-fé é também uma das marcas da filosofia sartreana expostas na obra “O Ser e o Nada”. Para Sartre, é a consciência que se infecta de má-fé. Como consciência é consciência de algo, quem age de má-fé tem consciência desse agir e sabe, sem dúvida alguma, o que busca esconder. Mas os implicados nos escândalos do mensalão e da dilapidação da Petrobras permanecem afirmando que não sabem de nada… não são donos de nada. No entanto,  a grande e inquestionável má-fé foi o estelionato eleitoral que enganou as classes mais fragilizadas da população e levou o Brasil ao estado em que se encontra. Por isso devemos ficar atentos, afinal, “o preço da democracia é a eterna vigilância…”.

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