Entre o dia 1º e o dia 25 deste mês, 639 notificações de dengue foram registradas em Muriaé. O número, somente deste mês, equivale a mais da metade dos casos de notificações registrados em todo o ano passado – no total, foram 1.104.

“Estamos atravessando um período muito crítico em relação à dengue. Sempre no verão acontece um surto de dengue. O índice de infestação está muito alto”, afirma o diretor de Endemias e Zoonoses, Ademar Pedrosa. Porém, mesmo com o número de notificações considerado alto (estima-se que este índice seja ainda maior), nenhum caso da doença foi confirmado pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), segundo informou Ademar.

O calor e as chuvas da estação estão entre os fatores que contribuem para a proliferação do aedes aegypti, o mosquito transmissor da doença. “Água limpa em depósito é sinônimo de dengue”, alerta. Um período também considerado preocupante é o carnaval, quando as pessoas viajam, geralmente para praia, e são infectadas – quando voltam, já infectadas, o mosquito pica e passa a doença para outras pessoas -, além das residências ficaram vazias. “Se passar de cinco ou sete dias, a pessoas já chega de viagem achando o foco da dengue em sua casa”, diz Ademar.

O diretor contou também que a equipe do Setor de Endemias e Zoonoses está trabalhando com atenção no combate aos focos do mosquito e que foi feita uma parceria com os PSF’s, para reforçar a “guerra” contra a dengue. Os agentes estão indo nas residências e fazendo um trabalho preventivo, verificando se tem larvas do mosquito.

Ainda segundo ele, a colaboração da população é fundamental. É importante sempre verificar se há água parada em depósitos nos quintais, em vasos de flores e em calhas, tapar caixas de água, entre outros. Até em casca de ovo o mosquito pode se reproduzir. “Oitenta e cinco por cento dos focos dos mosquitos estão nas residências. Por isso, cada um tem que cuidar de sua casa, de seu quintal e também dar uma olhada no do vizinho, pois o raio do mosquito voar é de 1 km”, alerta o diretor de Endemias e Zoonoses.