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Mais uma triste lição

Comemorar a passagem de ano é uma tradição em todo o mundo. É sempre um momento em que o ser humano, como que tocado por um sentimento de esperança de novas realizações procura saudar o ano que se inicia com os olhos no futuro, desejando a todos os seus semelhantes um ano de felicidade, de paz, saúde, prosperidade etc.

O ano de 2019 começou na contramão de todos esses desejos com a ocorrência daquela que pode ser considerada a maior catástrofe ambiental já acontecida no país. É impossível não nos sensibilizarmos com tudo o que vem ocorrendo em Brumadinho e que, por uma triste coincidência, outra vez nas nossas “Minas Gerais”. Parece uma repetição de um filme de terror com mais tempo de duração e mais estragos do que aconteceu com a cidade de Mariana, em 2015. Cidades literalmente arrasadas depois de rompimento de barragens de mineração, num impressionante cenário de destruição e morte.

A cobertura de toda a tragédia em Brumadinho que está sendo feita pelos jornais e pela televisão, dando conta da quantidade de vítimas fatais e de desaparecidos, dispensa maiores comentários sobre a intensidade do sofrimento daquela população, pessoas, que com certeza, iniciaram o ano de 2019, movidas pela mesma esperança que todos nós alimentamos ao iniciarmos um Ano Novo, ou seja, os sentimentos sempre desejados de paz, de felicidade, harmonia, prosperidade, hoje absolutamente frustrados pela ocorrência de tão trágico incidente.

Ao vermos as equipes de salvamento se arriscando no meio da lama de dejetos à procura das vítimas, nos leva a uma enorme tristeza, pois além da impotência diante da grandiosidade desta tragédia anunciada, fica a certeza de que as autoridades que comandaram o estado passaram todo esse tempo muito mais comprometidas com a geração de riquezas do que com o mal que poderiam causar ao meio ambiente e, principalmente, às vidas humanas. Irresponsabilidade total.

Brumadinho, da mesma forma que Mariana, levará muitos anos para se recuperar desta tragédia, que sem dúvida, poderia ter sido evitada, se o governo do estado não tivesse à sua frente mais um corrupto que deixou a economia mineira em frangalhos. A culpa, não é só da empresa. Cabe ao governo do estado fiscalizar as atividades mineradoras e, principalmente as barragens de contenção dos dejetos depositados.

A leniência do Poder Público, literalmente enlameado, contribui consideravelmente para aumentar a vulnerabilidade da população, resultando num crescente número de ocorrências desta natureza, com perdas de vidas humanas e prejuízos irreparáveis.

No mais, resta-nos a esperança de que os poderes constituídos, após anos de descaso, possam, a partir destes dois episódios lamentáveis e criminosos, concentrarem as suas atenções no sentido de prevenir tais situações, e que possam aprender com mais esta triste lição a respeitar a natureza e principalmente as vidas dos seus semelhantes. Não há nenhuma atividade no mundo que pague o preço de uma só vida que seja.

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