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Espírito & Matéria

A carne só é fraca porque o Espírito é fraco

“O Espírito é tudo; o corpo é simples veste que apodrece. Eis tudo”. – L.E. q. 196a

Existe muita confusão entre as criaturas no que se refere à influência do Espírito e da carne, quando muitos atribuem a esta a fraqueza daquele, esquecidas de que o corpo físico é tão somente um filtro que, através das reencarnações pelos séculos a fora, proporciona a depuração do Espírito. Será sempre efeito e não causa… Um dos maiores absurdos é atribuir ao corpo físico, conjunto de células passivas, a paternidade das fraquezas, quando, na verdade, tudo procede do Espírito.

Segundo Emmanuel , o nobre e atencioso guia espiritual de Chico Xavier, “(…) quando falamos em pecados da carne, podemos traduzir a expressão por faltas devidas à condição inferior do homem espiritual sobre o Planeta. Os desejos aviltantes, os impulsos deprimentes, a ingratidão, a má-fé, o traço do traidor, nunca foram da carne.

Inobstante ter o próprio Mestre figurado que o Espírito, como elemento divino, é forte, mas que a carne, como expressão humana é fraca, o que é a carne, entretanto?   A carne é um composto de fluidos condensados.  Naturalmente, esses fluidos, em se reunindo, obedecerão aos imperativos da existência terrestre, no que designais por lei de hereditariedade; mas, esse conjunto é passivo e não determina por si.  Podemos figurá-lo como a casa terrestre, dentro da qual o Espírito é dirigente, habitação essa que tomará as características boas ou más do seu possuidor”.

Na questão 367 de “O Livro dos Espíritos”, os Benfeitores Espirituais responderam a Kardec que “o Espírito unindo-se ao corpo, conserva os atributos da natureza espiritual”.   Entendemos, assim, que fraco é o Espírito e não a carne, sendo esta o efeito e aquele a causa.

A questão é retomada pelo Mestre Lionês no livro: “O Céu e o Inferno”, cap. VII, da primeira parte, nos seguintes termos: “há tendências viciosas que são evidentemente próprias do Espírito, porque se apegam mais ao moral do que ao físico; outras, parecem antes dependentes do organismo e, por esse motivo, menos responsáveis são julgados os que as possuem: consideram-se como tais as disposições à cólera, à preguiça, à sensualidade, etc…  Hoje está plenamente reconhecido pelos filósofos espiritualistas que os órgãos cerebrais correspondentes a diversas aptidões devem o seu desenvolvimento à atividade do Espírito.  Assim, esse desenvolvimento é um efeito e não uma causa.

O Espírito é, desse modo, o artista do próprio corpo, por ele talhado, por assim dizer, à feição das suas necessidades e à manifestação das suas tendências.  Dessa forma, a perfeição corporal das raças adiantadas deixa de ser produto de criações distintas para ser o resultado do trabalho espiritual, que aperfeiçoa o invólucro material à medida que as faculdades aumentam.

Compreende-se que um Espírito irascível deve encaminhar-se para estimular o temperamento bilioso, do que resulta não ser um homem colérico por bilioso, mas bilioso por colérico. O mesmo se dá em relação a todas as outras disposições instintivas: um Espírito indolente e fraco deixará o organismo em estado de atonia relativo ao seu caráter, ao passo que, ativo e enérgico, dará ao sangue como aos nervos qualidades perfeitamente opostas. A ação do Espírito sobre o físico é tão evidente que não raro vemos graves desordens orgânicas sobrevirem a violentas comoções morais.

A expressão vulgar: “a emoção transtornou-lhe o sangue” não é tão destituída de sentido quanto se poderia supor. Ora, que poderia transtornar o sangue senão as disposições morais do Espírito?

A carne só é fraca porque o Espírito é fraco, o que inverte a questão deixando àquele a responsabilidade de todos os seus atos. A carne, destituída de pensamento e vontade, não pode prevalecer jamais sobre o Espírito, que é o ser pensante e de vontade própria…”

Afirma Emmanuel ser necessário instalar “no homem a compreensão de sua necessidade de autodomínio, acordando-lhe as faculdades de disciplinador e renovador de si mesmo em Jesus Cristo”.

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