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Editorial

Um dos principais assuntos dos noticiários neste início de ano foram as rebeliões de presos, seguidas de assassinatos em série, nos presídios do Norte e Nordeste do país.

Todos sabem da precariedade dos presídios existentes no país, desde os problemas com a superlotação até as condições sub-humanas que eles apresentam. São raríssimas as exceções.  Na maioria deles, onde há espaço, por exemplo, para 500 presos, existem seis ou sete vezes mais, já condenados ou não, o que faz com que cadeias e presídios se tornem verdadeiros depósitos humanos, e quando acontecem rebeliões desse tipo, tornam-se verdadeiros caldeirões em ebulição.

Além da superpopulação, onde presos de alta periculosidade se misturam com outros praticantes de crimes de menor expressão, o sistema não consegue inibir a corrupção e o tráfico de drogas, cujas ordens são dadas por comandos do crime organizado, partidas de dentro das próprias penitenciárias e cumpridas fielmente por criminosos ainda soltos no meio da sociedade. A disputa entre facções criminosas é uma realidade nos presídios brasileiros, e quando acontecem as rebeliões, o resultado é sempre catastrófico.

É preciso mudar esse posicionamento de leniência com que o poder público há anos trata essa questão. Será preciso que a sociedade faça mais cobranças para que os governantes incluam nos seus planos de governo programas prioritários e de urgência para o sistema prisional brasileiro, tendo como base a construção de novos presídios e, concomitantemente, a implementação de novos sistemas de ressocialização dos apenados através da instrução, da educação e, principalmente, da ocupação do tempo ocioso. Do contrário, a sociedade continuará a ser testemunha dessas tragédias anunciadas.

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