Editorial
O governo Temer ainda não acabou, ou melhor, depois de dois anos de mandato, ainda nem começou. Passou o tempo tentando se manter no cargo, depois que explodiu o escândalo da gravação feita no Palácio do Jaburu pelo empresário Joesley Batista. Depois de conseguir suspender duas denúncias de organização criminosa na Câmara dos Deputados à custa de distribuição de cargos e emendas parlamentares, o presidente caminha para o final de seu mandato sem ter conseguido fazer a principal reforma que o Brasil precisa, a Reforma Previdência.
Por certo, o próximo presidente, que deverá tomar posse em janeiro de 2019, encontrará esse grande elefante sentado dentro do seu gabinete e terá que buscar consenso entre os novos parlamentares que serão eleitos em outubro deste ano para retirá-lo de lá. Não será fácil, pois o “bicho” está lá agarrado no gabinete presidencial desde os últimos governos, que não tiveram a necessária coragem nem para tocar no assunto.
Enquanto isso, Michel Temer, já sem o foro privilegiado e sem os parlamentares para protegê-lo, correrá o risco de seguir o mesmo caminho do Lula. Quem viver, verá.