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De Lula a Temer. Qual o próximo passo?

Enquanto os olhos do país se voltaram na quarta-feira desta semana para Curitiba, onde acontecia o primeiro embate (na verdade, interrogatório) entre o ex-presidente Lula e o juiz federal Sérgio Moro, o presidente Michel Temer, “com um olho do peixe e outro no gato”, pregava para a imprensa a pacificação do país.

Por um momento, as manifestações que pregam o “Fora, Temer!” deram uma folga ao presidente da República, pois havia um fato mais importante para acontecer e que preocupava a trupe que defende com unhas e dentes o ex-presidente: prestar solidariedade num momento em que ele, Lula, estivesse cara a cara com Sérgio Moro, justamente aquele a quem deu a titularidade de “representante da República de Curitiba”. Por certo, havia especulações sobre a possibilidade de sua prisão ali mesmo durante o interrogatório, boato que o juiz Moro se apressou em desfazer através de um vídeo nas redes sociais.

O fato inegável é que Lula, apesar de todas as acusações e de já ser réu no processo, depois das delações de empreiteiros e “amigos”, ainda continua sendo a grande estrela de um tráfico de influência, mesmo que passiva. Foi levado a Curitiba de jatinho, de propriedade de outro político que já teve seu nome envolvido no chamado “mensalão tucano”, o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia, além de uma tropa de choque petista, sendo 11 deles envolvidos na “Lava-Jato”. No depoimento do presidente, nada de novo, pois sempre negou tudo. Como presidente, nunca soube do mensalão, nunca soube dos sangue-sugas, menos ainda do petrolão, embora se saiba que o estouro dos roubos na Petrobras tenha sido  durante o governo da ex-presidente Dilma, ex-presidente da Petrobras e ex-ministra chefe da Casa Civil, coração do seu governo. Não, Lula não sabe de nada. Quem sabia de tudo era o Palocci, seu ministro da Fazenda, preso; José Dirceu também ministro, condenado, preso e depois solto sob condições; Delcídio do Amaral, líder do governo, também preso; e agora, segundo Lula, quem sabe da possível compra e das reformas do famigerado tríplex é a Dona Mariza Letícia, que, obviamente, não poderá mais ser interrogada. Como sempre, Lula não sabe de nada.

Enquanto isso, Michel Temer vai conduzindo a “nau brasileira” aos trancos e barrancos com o seu mandato tampão, entre apitos, panelaços e uma ferrenha oposição daqueles que nunca admitiram nenhum tipo de reforma estrutural como a previdenciária e a trabalhista. Pode ser que ele tenha errado na dose, no caso das aposentadorias, pois o maior déficit da Previdência não está no seu regime geral que beneficia a maioria dos trabalhadores, mas nas altas aposentadorias do setor público e, principalmente, nas aposentadorias e pensões vitalícias de políticos que aproveitaram os seus mandatos para legislarem em causa própria.

O fato a ser considerado é que, se com a administração Temer a economia brasileira parou de piorar, e com uma perspectiva de queda da inflação, pode ser que consigamos vislumbrar, num futuro próximo, uma luz no fim do túnel. Não tenho procuração para defendê-lo, nem estou discutindo se o seu mandato é legítimo ou ilegítimo, como pregam os petistas. Acho apenas que temos que avançar e sair do fundo do poço. Até porque, no próximo ano, já teremos novas eleições para a Presidência da República e o povo, mais uma vez, terá o direito de escolher um bom comandante. Será que existe algum?

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