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Compensação emocional diante da dor

“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim.” – Jesus (Jo., 14:1.)

O equilíbrio emocional nas horas difíceis dimensiona o grau de confiança que já conseguimos efetivamente depositar em Deus, em Jesus e em nós próprios…  Sustentar a serenidade nos transes dolorosos e desagradáveis é a prova de que já possuímos os “tesouros do Céu” emboscados no relicário de nossas aquisições maiores.

Emmanuel nos aconselha a meditar “nas aflições que explodirão por nossa causa naqueles que nos cercam, se nos entregarmos à irritação ou ao desalento”.

“Tens fé? Tem-na em ti mesmo, diante de Deus” – escreveu  Paulo aos Romanos.

Emmanuel amplia ainda mais as considerações do Apóstolo dos Gentios : “no mecanismo das realizações diárias, não é possível esquecer a criatura aquela expressão de confiança em si mesma, e que deve manter na esfera das obrigações que tem de cumprir à face de Deus.

Os que vivem na certeza das promessas divinas são os que guardam a fé no poder relativo que lhes foi confiado e, aumentando-o pelo próprio esforço, prosseguem nas edificações definitivas, com vistas à Eternidade. Os que, no entanto, permanecem desalentados quanto às suas possibilidades, esperando em promessas humanas, dão a ideia de fragmentos de cortiça, sem finalidade própria, ao sabor das águas, sem roteiro e sem ancoradouro.

Na esfera de cada criatura, Deus pode tudo; não dispensa, porém, a cooperação, a vontade e a confiança do filho para realizar.

É inegável que em vosso aprendizado terrestre atravessareis dias de inverno ríspido, em que será indispensável recorrer às provisões armazenadas no íntimo, nas colheitas dos dias de equilíbrio e abundância. Quando surgir um dia assim em vossos horizontes, compelindo-vos à inquietação e à amargura, certo não vos será proibido chorar. Entretanto, é necessário não esquecer a divina companhia do Senhor Jesus.

(…) Nos transes aflitivos a criatura demonstra sempre onde se localizam as forças exteriores que lhe subjugam a alma. Nas grandes horas de testemunho no sofrimento ou na morte, os avarentos clamam pelas posses efêmeras, os arbitrários exigem obediência de que se julgam credores, os supersentimentais reclamam o objeto de suas afeições… Jesus, todavia, no campo supremo das últimas horas terrestres, mostrava-Se absoluto senhor de Si mesmo, ensinando-nos a sublime identificação com os propósitos do Pai, como o mais avançado recurso de domínio próprio.   A cruz não Lhe altera a serenidade. Suspenso no madeiro, roga desculpas para a ignorância do povo”.

Atentemos nas explicações de “Um Espírito Amigo” : “(…) há indivíduos que se entregam à vontade de Deus, porque resolvem acomodar-se, fugindo à responsabilidade dos acontecimentos que lhes cumpre conduzir. Este é, sem dúvida, um estado de alimentação neurótica.

Sucessos e fracassos, mais insucessos certamente, lhes ocorrem porque, dizem, Deus assim o quer, quando tudo os convida à realização dinâmica e produtiva do bem com saldos favoráveis para a sua realização. Outros existem que permanecem aguardando milagres capazes de lhes alterar o destino, sem a contribuição do seu esforço.  Diversos portadores de sentimentos de culpa buscam a fuga religiosa como processo escapista para o enfrentamento com a consciência. Não falta quem procure transferir suas responsabilidades para Deus, utilizando-se do processo infantil de ser cuidado por alguém…  Esses crentes são portadores de conflitos, sem dúvida, mas a culpa não é da religião que abraçam, e sim deles próprios.

A religião deve possuir os recursos terapêuticos de otimismo, de afirmação para o indivíduo e de identificação pessoal com a vida.  Não se impondo a ninguém, ajuda a discernir quais as melhores metas existenciais e como consegui-las.   Apoiando-se no raciocínio, liberta o homem dos totens e tabus atávicos, aplicando-lhes as regras éticas de conduta, que o tornam seguro e calmo no processo de crescimento íntimo.

A religião propicia amadurecimento psicológico, graças às propostas desafiadoras com que se apresenta.   O crente que se conscientiza os postulados religiosos que abraça, entrega-se a uma dinâmica de maturidade e realização que o propele a conquistas novas: ampliação das aptidões, capacidade de amar, força de trabalho, alegria na luta, compensação emocional diante da dor, espírito de combatividade e calma nas atitudes”.

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