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Como o pró-labore ou retirada dos sócios pode falir uma confecção do vestuário?

Por José Júnior

Tenho observado que a grande dúvida de boa parte dos empreendedores está na definição do pró-labore, e esta é uma questão central no tocante a saúde financeira da empresa. Deixe-me explicar melhor. Em algumas situações muito comuns, o montante da retirada é definida com base na necessidade de manutenção do padrão vida familiar, sem levar em consideração se o negócio suporta o valor, gerando a descapitalização.

Com o passar do tempo, a empresa passa a recorrer a capital de terceiros, empréstimos, troca de duplicatas e outras operações a fim de financiar o estilo de vida familiar. Temos, então, “um empresário rico de uma empresa pobre”.

Existem dois tipos de remuneração do empreendedor:

  1. Pelo tempo e trabalho dedicado à empresa, ou seja, como administrador e gestor do negócio; é como se contratasse um funcionário para gerir o negócio;
  2. Como investidor, ou seja, é remunerado pelo capital que investiu, por assumir os riscos em abrir e manter o negócio.

A primeira situação, a remuneração, ocorre mensalmente e fixa, enquanto a segunda é realizada por um período de apuração, que pode ser anual, semestral ou trimestral, e o valor é variável, conforme a apuração dos resultados.

Fórmula para calcular o pró-labore:

Imagino que deve estar se perguntando como calcular o valor ideal, e que simplesmente deve aplicar uma fórmula matemática. Então, vou revelar o segredo: tal fórmula não existe!

A base para aferição do valor é o conhecido BOM SENSO, e vale a observação:

“A remuneração mensal deve ser fixada com base na capacidade de pagamento da empresa, e não na necessidade do proprietário. E, em hipótese alguma, deve comprometer a lucratividade mínima necessária para remuneração do capital.” Luiz Torrent.

A lição acima nos remete ao ditado popular: “Deve-se comer os ovos de ouro e não a galinha”, ou seja, a determinação da retirada com base na necessidade do empresário tende a colocar a empresa em risco e com o tempo, a fonte de recursos estará aniquilada, sobrarão apenas dívidas.

Dicas para a retirada sustentável:

  • Quando a remuneração mensal for superior à capacidade da empresa, acontecerá a distribuição antecipada do lucro ou o aumento do prejuízo;
  • Retirar o dinheiro da empresa para realizar desejos ou sonhos pessoais geram, invariavelmente, a descapitalização. Com o tempo, a empresa recorrerá a operações de financiamento, reduzindo a margem de lucro, até resultar em prejuízos.
  • Tenha sempre como objetivo principal a manutenção e existência do negócio. Não o comprometa com suas retiradas;
  • Necessidade de aumentar seus ganhos como pessoa física? Procure outra fonte de renda. A empresa não suporta o crescente aumento de retiradas;
  • Determine um valor fixo de retirada e adeque o padrão de vida dentro destes parâmetros. Você trabalha para sua empresa. Deve receber um valor fixo mensal conforme qualquer outro funcionário, sem comprometer a existência do negócio;
  • Converse abertamente com sua família. Eles devem ser parceiros na adequação das necessidades e estilo de vida ao valor da sua retirada;
  • Mesmo a retirada fixa está sujeita a uma redução em momento de crise empresarial para garantir a existência da empresa. Estabeleça reservas particulares. Não faça da empresa a sua reserva particular;
  • Melhor reduzir agora e garantir o futuro do que consumir todo o negócio durante o presente e passar falta no futuro;

Assim como meu leitor, concluo que alterar o nosso padrão de vida e de nossa família é a variável mais complexa desta equação, porém, quanto antes realizado as alterações necessárias, melhor será para garantir a prosperidade de nossos negócios e o futuro das pessoas que amamos. O consultor empresarial é o profissional preparado e habilitado para auxiliá-lo nestas tomadas de decisão.

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