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Capital de giro na indústria do vestuário: cuide bem dele!

Dentre os conceitos de gestão financeira, pessoalmente, julgo o capital de giro o de maior relevância para o entendimento do empresário. Um descompasso neste quesito cria uma “bola de neve”, gera cada vez mais dependência de capital externo. Com o passar do tempo, o lucro passa a ser totalmente direcionado ao banco. O empresário trabalha, assume o risco, mas quem ganha é o outro.

Caso tenha se dedicado muito ao seu negócio, visto o volume de vendas e o faturamento crescerem cada vez mais e com estes, a necessidade de empréstimos e troca de duplicata, cada vez mais dependente de capital de terceiros, saiba que você precisa, e muito, entender o comportamento do capital de giro da sua empresa, sua necessidade e os custos financeiros decorrentes da necessidade de empréstimos. A “bola de neve” está crescendo, foque em romper o ciclo e voltar a prosperar.

Mas vamos aos conceitos para criarmos o entendimento necessário. Capital de giro significa capital de trabalho. Assim, trata-se do dinheiro necessário para financiar a continuidade das operações da empresa, tal como os recursos necessários para a compra de insumos e matéria-prima, pagamento de salários, manutenção de equipamentos, impostos, salários e demais custos e despesas operacionais.

Mas, onde acho isso tudo? Bem, o normal é estar discriminado no relatório chamado de Demonstrativo de Resultado do Exercício, ou simplesmente DRE. Mas antes de ligar para seu contabilista, lembre-se que precisamos tomar decisões com base em dados gerencias. Esse relatório é fácil de ser produzido. Em outro texto repassarei mais detalhes.

Assim, fica fácil observar que o capital de giro se relaciona com todas aquelas despesas financeiras que giram ou movimentam o dia a dia da sua empresa.

Seguem algumas poucas verdades sobre o capital de giro:

1 – Quanto maior a venda a prazo, maior será a necessidade de capital de giro, pois estará financiando a operação do seu cliente;

2 – A diferença entre o prazo de pagamento de fornecedores e o prazo dado ao recebimento de clientes gera sua necessidade de capital, afinal, o show não pode parar;

3 – Quanto maior for seu estoque de matéria-prima ou mercadoria pronta, maior será sua necessidade de capital de giro, pois ESTOQUE = DINHEIRO;

4 – Comprar matéria-prima e insumo a prazo reduz sua necessidade de empréstimos ou de capital de giro, pois sua empresa passa a se utilizar do capital do fornecedor que estará financiando a sua compra;

5 – Quando a disponibilidade de capital para giro for pequena, a empresa tende a atrasar os pagamento ou recorre a operações de crédito, tal como empréstimo ou troca de duplicatas, o que gera um custo financeiro, afinal, terá que pagar para usar o dinheiro de outra pessoa.

 

Atuando como consultor, comumente sou chamado às empresas para a realização de diagnóstico e implantação de controles financeiros. Em várias situações tenho encontrado empresas com crescente necessidade de utilização de capital de terceiros, gerando custos financeiros, enquanto existe um descompasso na sua formação de preço de venda, que não gera o resultado necessário, consumindo, assim, o capital. Em outras palavras, o dinheiro que seria usado para o giro está investido em estoque, resultado também em custos financeiros.

O erro mais comum neste momento é gerado pela falta de clareza por parte do empresário. Tomado pela emoção, não consegue visualizar todo o quadro que ora se desenha à sua frente. Este acaba dispondo de algum patrimônio para colocar mais dinheiro na empresa sem fazer os ajustes necessários no seu ciclo financeiro, lucratividade e analise de necessidade de capital de giro, bem como de decorrentes estratégias.

Com o passar do tempo, a operação consome novamente aquele capital aportado, gerando novas necessidades de dinheiro. É o ciclo do prejuízo.

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