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AS REDES SOCIAIS

Adellunar Marge

Ninguém pode negar que as redes sociais constituem-se em uma ferramenta poderosa de comunicação que, obviamente, pode ser usada para o bem ou para o mal. As notícias, algumas verdadeiras e outras tão falsas como cédulas de três reais, circulam numa velocidade espantosa. As pessoas se conectam e se desconectam, informam-se algumas vezes e muitas vezes se desinformam, como em todos os processos de comunicação, pois é da natureza humana usar da verdade mas também falseá-la, quando é do seu interesse.

Em meio à mais grave crise ética atravessada por nosso pais, as opiniões se dividem nas redes sociais, cada um querendo puxar a brasa para a sua sardinha. De um lado (ainda bem que a grande maioria) aqueles que condenam a corrupção e querem a punição dos corruptos, principalmente a manutenção em cela daqueles que a justiça já condenou. De outro lado, aqueles que defendem a propalada inocência de condenados pela justiça e insistem na velha e desacreditada afirmação de “perseguição política” e “golpe”. Mesmo sabendo que no elevado número de pessoas processadas e condenadas, encontram-se empresários, diretores de Estatais e políticos dos mais diversos matizes políticos, mas que guardam entre si apenas o fato de participarem do mesmo esquema de corrupção.

Por esses e outros motivos, as redes sociais passaram a não representar mais uma arena consistente e confiável de debates, transformando-se apenas em local para exposições de posições radicais, marcada na maior parte das vezes pelo radicalismo político, tal como o “Fundamentalismo Islâmico”: Apegam-se a uma crença absoluta e inabalável (e por isso mesmo irracional) em uma linha política ou, mais precisamente, em um líder paternalista ou “Salvador da Pátria”. Assim, transitar pelas redes sociais em busca de debates e soluções tornou-se impossível. Pelo menos nas áreas contaminadas pelo radicalismo ideológico. Melhor usar essas redes para amenidades, tais como registros de aniversários, casamentos, informações culturais etc.

Nunca fui muito bom navegador nessas redes. Perco feio se disputar com a garotada que navega pelas redes e nem me envergonho disso. Mas bem que tentei expor algumas idéias sobre essa devastação ética por que passa o nosso país, mas não existe argumentação capaz de abalar os alicerces de uma pessoa radical, fundamentalista. Acredita naquilo como se fosse uma religião, como se fosse uma verdade absoluta, cartesiana. Aí a coisa foi ficando desgastante e eu concluí que vivendo em uma cidade pequena como Muriaé, onde as pessoas se conhecem desde sempre e as suas famílias, não vale a pena. Não vale mesmo, atritos interpessoais e o comprometimento de relações de amizade ou pelo menos de conhecimento, exercitadas há muitos anos.

Não entro mais nesse jogo. Vou continuar usando a Internet, mas para os fins que tenho usado desde o dia em que a conheci: Lazer e informações culturais. Ali, revisito os grandes filmes que marcaram época, os concertos de grandes intérpretes e, apesar da imensa variedade de correntes culturais que possam ter, não me preocupam as ideologias de um Tchaikovski, um Mahler, ou um Elia Kazan e, mais do que isso, não abalo relações de amizade e de conhecimento construídas com a convivência diária. A vida é muito breve para ser contaminada por radicalismos…

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