A sociedade pede socorro

Francisco Laviola – 19/07/2018

Terminada mais uma Copa do Mundo sem que o Brasil chegue ao tão sonhado hexa, é hora de voltamos os olhos para as nossas maiores deficiências. E um dos problemas mais crônicos que assolam a população brasileira é a questão da segurança pública. Entra governo, sai governo e a incômoda situação persiste, como uma doença incurável enraizada bem no âmago da sociedade.

A segurança pública precisa entrar urgentemente na agenda de prioridades de medidas a serem adotadas pelos próximos governos, numa ação conjunta que envolva os representantes da União, dos estados e, principalmente, o Legislativo com uma atuação mais consistente a fim de modernizar a legislação e dar respaldo ao Judiciário, para que ele possa tomar as medidas cabíveis e tentar mitigar o problema que anda apavorando a população brasileira.

Com a proximidade de mais uma eleição para presidente da República, governadores, deputados e senadores, certamente os candidatos vão, como sempre fizeram, começar as suas campanhas com promessas mirabolantes. E sem dúvida, a segurança pública vai estar na pauta dessas promessas.

O fato inquestionável é que, enquanto os Estados e a União discutem a questão da responsabilidade e da competência, ou seja, a quem cabe promover a segurança do cidadão, a violência vai imperando e tornando a sociedade refém de um sistema que esbarra nos erros, nas omissões, na falta de zelo e na falta de vontade política, para que se possa extirpar, ou pelo menos, mitigar os efeitos desta doença crônica que preocupa a população.

São várias as causas que contribuem para o crescimento da violência. Essas causas, diariamente são debatidas e cobradas das autoridades competentes pelos órgãos de comunicação, e o seu efeito mais nefasto, é sem dúvida, a insegurança do povo que se vê tolhido no seu direito de ir e vir, com liberdade.

Dentre as causa principais que contribuem para o aumento da violência e da insegurança, temos, por exemplo: a) – falta de investimentos específicos na área da educação, tornando possível com que jovens e adolescentes tenham seus tempos permanentemente ocupados com escolas em tempo integral; b) – a falta de um melhor aparelhamento da polícia judiciária, de forma que possa apurar com eficiência os delitos, promovendo inquéritos mais eficazes que dêem suporte à Justiça para julgar os criminosos com mais celeridade. c) – por fim, a falta de uma reestruturação da política carcerária brasileira, não só, no sentido de construir novos presídios, mas também de promover a ressocialização de apenados, antes de serem devolvidos à sociedade.

A superpopulação nas áreas urbanas, especialmente nos morros, onde se aglomeram as pessoas de menor poder aquisitivo, com as suas moradias precárias e na maioria irregulares, locais onde a educação é falha e o consumo de drogas impera, torna-se uma infinita formação de embriões da criminalidade.

Existem ainda muitas outras causas além das que foram citadas e que acabam por contribuir com efeitos que deságuam na violência que estamos presenciando no dia a dia e na insegurança da população. É imperativo, portanto, que os próximos governos, eleitos a partir de outubro, tenham programas específicos de segurança pública, para dar um pouco mais de tranquilidade à sociedade que anda clamando por socorro.

 

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