A proliferação da violência
Francisco Laviola – 28/02/2018
Algo de muito sério anda acontecendo no nosso Brasil. Quando pensamos que já vimos acontecer de tudo, há sempre uma surpresa a mais oriunda do vasto repertório deste verdadeiro criatório de delinquentes existente em nosso país, espalhando a intranquilidade e o medo entre os cidadãos que constroem dignamente as suas famílias com os seus trabalhos honrados.
Temos sido testemunhas de como a criminalidade e a violência prolifera dentro da sociedade, brotando de todas as partes como uma erva daninha e sem controle, causando perplexidade até nas próprias autoridades, por causa do alto grau de audácia demonstrada por delinquentes de todos os gêneros e dos mais diferentes matizes, infiltrados no meio da população.
Notícias veiculadas nos jornais dão conta de que a cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, fechou o mês de janeiro deste ano, com 688 tiroteios entre as facções criminosas e a polícia, uma verdadeira guerra travada nas suas favelas.
Já em São Paulo, segundo dados revelados pelo Ministério Público paulista, o PCC, que é a maior facção criminosa do país, domina os presídios, tem nos seus quadros mais de 11 mil integrantes ramificados em 22 estados da Federação, com infiltração nas polícias civil e militar e fatura mais de R$ 100 milhões por ano, com a comercialização de armas e drogas.
Que país é este, meu Deus? Até que ponto a sociedade terá que conviver com esta verdadeira calamidade pública chamada insegurança? Como que os criminosos conseguem criar uma organização tão forte e manter o seu QG dentro de penitenciárias consideradas de segurança máxima sem serem incomodados? Onde estão os sistemas de inteligência (inteligência?) que não correspondem aos anseios da população?
O governo federal acaba de criar o Ministério Extraordinário da Segurança Pública, com orçamento próprio. Embora esteja sendo criticada por quem tem o hábito de fazer oposição, sem dúvida, trata-se de uma medida que traz um pouco de esperança para minimizar o sofrimento da população. Em ação conjugada, o governo decretou também uma intervenção federal na polícia do estado do Rio de janeiro. São medidas que, derem resultados, trazem um pouco de alento para a sociedade, embora o Rio não seja o único estado a enfrentar a violência. Há de se considerar também que, além dessas medidas, é de suma importância o estudo de novos métodos integrando um planejamento que envolva as áreas sociais, a educação, e principalmente, uma assistência ao trabalho, para que indivíduos sem ocupação não se bandeiem para o crime.
De qualquer forma, já é um bom começo, pois na situação em que se encontra o país, a sociedade está clamando por socorro urgente.