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A história que vamos contando

Francisco Laviola – 19/10/2018

No próximo dia 28 de outubro será o “dia D” dos dois candidatos sobreviventes de uma campanha presidencial que começou sob o signo da desconfiança, passou para o campo das  acusações e tiroteios contra o líder das pesquisas e só amenizadas com o “sangue” derramado em Juiz de Fora, a Manchester Mineira. É incrível como Minas Gerais sempre se faz presente na história do Brasil, ainda que por coincidências.

Foi para libertar Minas e o Brasil do despótico regime colonial que o mineiro Tiradentes morreu. O Brasil do século XVIII era uma colônia portuguesa sujeita a um regime extremamente severo e sufocado por impostos que se tornavam intoleráveis; e ao mesmo tempo, era um país que começava a sonhar com a independência, estimulados por jovens, especialmente mineiros, que voltavam das universidades européias e divulgavam princípios de autonomia, progresso e liberdade. Partiram de Minas, portanto, os ideais de liberdade e de independência de um país explorado pela Coroa portuguesa.

Já na era republicana, a história mostra o movimento desenvolvimentista de outro mineiro, o presidente Juscelino Kubistchek. Foi um período de grandes investimentos em transporte, produção de energia elétrica e indústria de base, além da interiorização da população com a construção da nova capital brasileira, centro do Poder nacional e objeto de desejo e sonho de consumo dos políticos brasileiros.

E os ideais de liberdade continuaram com mais um mineiro: Tancredo Neves e a era da Nova República. Foi eleito presidente depois de 20 anos de ditadura militar, onde a liberdade de imprensa inexistia, a censura, as prisões, as torturas e os exílios eram as marcas registradas do regime militar. E ai de quem ousasse pensar e agir diferente da cúpula que dirigia o país. A eleição de Tancredo, embora ele não tenha tomado posse, em virtude do seu falecimento, mostrou Minas mais uma vez na vanguarda da história, abrindo o caminho para a democracia e transformando o Brasil.

Pode ser que o leitor considere um exagero dizer que o candidato Bolsonaro começou a consolidar a sua vitória no primeiro turno, a partir do atentado que sofreu em Juiz de Fora. Mas com certeza, a agressão sofrida pelo candidato mudou os rumos da campanha presidencial. A maioria dos concorrentes ao cargo, que batiam forte no líder das pesquisas, deixaram de fazê-lo. Grande parte deles, por receio de perder votos dos eleitores, “amaciou” diante da situação grave em que se encontrava o candidato hospitalizado. Como a campanha presidencial acabou polarizada entre a esquerda e a direita, criou-se uma diferença abissal. Enquanto os seguidores de Bolsonaro o visitavam em um hospital, o seu principal concorrente, Fernando Haddad, visitava Lula na cadeia, sem saber se seria ou não ungido pelo chefe.

Veio o primeiro turno das eleições e Minas deu um novo sinal de liberdade contra os desmandos petistas. Além de não aceitar reeleger o governador Fernando Pimentel, um dos piores governadores que o estado já experimentou, mandou também de volta para casa a ex-presidente Dilma Rousseff, que pleiteava uma vaga no Senado Federal por Minas Gerais, onde ela, nos últimos meses,  só vinha a passeio com a nossa grana.

Ora, um dos pilares da democracia é a alternância de poder. Se no dia 28 de outubro próximo, o candidato do PSL comprovar nas urnas o que as pesquisas estão apontando, estará se encerrando um ciclo nefasto da nossa História, representado pelo poder lulopetista, que durante anos sucateou as instituições com a sindicalização da máquina pública e afundou o país numa prática de corrupção sem precedentes. E pior, o seu projeto de permanência no poder, a qualquer custo, mostrou que o Brasil ficou refém de uma espécie de “ditadura branca”, que se não for interceptada a partir de 2019, poderá levar o país à “venezuelização”.

Tomara que o povo tenha acordado de vez.

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