Editorial
Um dos problemas mais crônicos que assolam a sociedade brasileira é a questão da segurança pública. Entra governo, sai governo e a incômoda situação persiste, como uma doença incurável enraizada bem no âmago da sociedade.
A segurança pública precisa entrar urgentemente na agenda de prioridades de medidas a serem adotadas pelos próximos governos, numa ação conjunta que envolva os representantes da União, dos estados e, principalmente, do Legislativo, com uma atuação mais consistente a fim de modernizar a legislação e dar respaldo ao Judiciário, para que ele possa tomar as medidas cabíveis e tentar mitigar o problema que anda apavorando a população.
O fato inquestionável é que, enquanto os estados e a União discutem a questão da responsabilidade e da competência, ou seja, a quem cabe promover a segurança do cidadão, a violência vai imperando e tornando a sociedade refém de um sistema que esbarra nos erros, nas omissões, na falta de zelo e na falta de vontade política, para que se possa extirpar, ou pelo menos reduzir os efeitos desta doença crônica do meio da população.
Dentre as causas principais que contribuem para o aumento da violência e da insegurança, temos, por exemplo: a falta de investimentos específicos na área da educação, que propicie aos jovens e adolescentes uma ocupação permanente em escolas em tempo integral; a falta de um melhor aparelhamento da polícia judiciária, de forma que possa apurar com eficiência os delitos, promovendo inquéritos mais eficazes que deem suporte à Justiça para julgar os criminosos com mais celeridade; por fim, a falta de uma reestruturação da política carcerária brasileira, não só no sentido de construir novos presídios, mas também de promover a ressocialização de apenados, antes deles serem reinseridos na sociedade.
Do jeito que impera a violência no meio da sociedade nos dias de hoje, a segurança pública é uma demanda infinita. Com a palavra, os governantes, pois a sociedade pede socorro.