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Zona da Mata defende articulação contra o narcotráfico

Remanejamento de presos, incremento no uso de inteligência e de tecnologias e criação de força-tarefa. A reação das forças policiais e de outras instituições da Zona da Mata, especialmente de Juiz de Fora, está ligada ao avanço do narcotráfico na região e à disputa de organizações criminosas, o que tem elevado o número de ocorrências.

As prisões por tráfico de drogas, por exemplo, saltaram de 670 em 2022 para 1.118 neste ano, segundo a Polícia Militar. A situação preocupa autoridades, que debateram possíveis soluções em audiência da Comissão de Prevenção e Combate ao Uso de Crack e Outras Drogas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), na segunda-feira (6), em Juiz de Fora.

A deputada Delegada Sheila (PL), autora do requerimento para a reunião, citou as notícias sobre assassinatos no sistema prisional da cidade, em decorrência de disputas de facções. “É uma realidade que nos preocupa. Historicamente os presídios são nascedouros de fações criminosas”, reforçou.

O comandante da 4º Região Militar de Juiz de Fora, coronel Marco Aurélio Zancanela do Carmo, confirmou que bandidos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, chegaram a Juiz de Fora a partir de 2020.

Entre janeiro e outubro de 2023, foram realizadas, segundo a PM, 7.296 prisões, contra 5.382 no mesmo período de 2022. As prisões por crimes violentos ficaram em 241, contra 205 anteriormente. A apreensão de armas de fogo também cresceu nessa comparação, de 238 para 294.

Esse esforço resultou em queda no número de crimes violentos de 729 para 641 e de furtos. Os homicídios, segundo Zancanela, cresceram de 50 para 63, mas a tendência de alta já foi arrefecida.

Criminosos ligados ao Comando Vermelho, que são em maior número, estão permanecendo em Juiz de Fora. Já os do PCC estão sendo transferidos para outras cidades, como Uberlândia e Uberaba, no Triângulo, e Patos de Minas, no Alto Paranaíba. As informações são do diretor regional da Polícia Penal da 4º região, Jefferson de Alcântara, que trata a medida como preventiva.

A força-tarefa que atua na cidade há cinco meses, formada por policiais civis de toda a região e com apoio de outras força policiais, já cumpriu vários mandados, fez apreensão de drogas e armas e até evitou sequestro.

O chefe do 4º Departamento da Polícia Civil, Eurico da Cunha Neto, também afirmou que a corporação está trabalhando para manter Juiz de Fora como uma cidade pacífica e tranquila. Segundo ele, a Delegacia de Homicídios foi reforçada, apurações estão mais detalhadas e já houve, inclusive, operação com o laboratório de lavagem de dinheiro, para atingir o financiamento do tráfico.

Segundo Eurico Cunha, os sinais de disputa entre facções externas em Juiz de Fora não estão confirmados, mas é preciso combater esse sinais para que não prosperem. Um ponto de cuidado, segundo ele, é a população carcerária. “O preso vem, vem o comparsa”, explica. Segundo ele, a Polícia Civil trabalha hoje com muita inteligência, justamente para tentar sufocar qualquer tentativa do crime de tentar ocupar espaço e fazer dinheiro em Juiz de Fora.

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