Muriaé receberá combustível após 10 dias de paralisação
A greve dos caminhoneiros, que parou o Brasil nos últimos 10 dias, deixou postos de gasolina sem combustível, serviços de transporte urbano e de coleta de lixo operando em escala reduzida, desabastecimento de alguns produtos nos supermercados e hortfrutis da cidade. Cenário semelhante encontrado em 25 estados do país e no distrito federal.
Na tarde de quarta-feira (30), uma coletiva de imprensa, convocada pelo 47º Batalhão da Polícia Militar, representados pelo comandante tenente-coronel Joedson e pelo major Vitor, com a participação do Ministério Público, representado pela promotora Jackeliny Rangel, anunciou a chegada de 20 caminhões de combustível para reabastecer os todos postos de combustíveis de Muriaé.
“Nós conseguimos mais de 450 mil litros de combustível para Muriaé, o que daria para atender a população durante uma semana, em uma situação normal. Quantidade suficiente para abastecer todos os postos de gasolina de Muriaé, com a proibição de abastecimentos em galões. Se detectarmos que algum cidadão está armazenando combustível em casa, ele será autuado”, conta o comandante do Batalhão.
Durante a coletiva, a promotora Jackeliny Rangel disse que os dias de paralisação foram difíceis, mas que os serviços de segurança foram mantidos, tanto das viaturas militares quanto do sistema prisional. “Alertamos para que, graças à chegada do combustível, com os esforços da Polícia Militar, teremos que agir com cautela até a readaptação. Pedimos que a população tenha compreensão e priorize os mais necessitados. É sempre importante pensar no bem-estar da coletividade. Estivemos também reunidos com o promotor, Raphael Borba, que recomendou aos donos de postos de combustíveis que repassem somente aumentos que estejam consignados nas notas, ou seja, aumentos que estejam acima daqueles especificados em nota, serão considerados abusivos, o que configura crime. Para isso, é importante que o consumidor exija nota fiscal após o abastecimento. Não é necessário realizar Boletim de Ocorrência, basta procurar o Ministério Público”, diz.
Pontos de concentração desativados – Na manhã de quarta-feira (30), os pontos de bloqueios localizados na BR-356 e BR-116 (no Bairro Bela Vista) foram desativados, com o anúncio do fim da greve. Os caminhoneiros agradeceram o apoio da população muriaeense e seguiram viagem com o apoio da Polícia Rodoviária Federal, que acompanhou o diálogo entre eles.
Apoio da população e de demais caminhoneiros – Na segunda-feira (28), Ismael de Oliveira, que transporta leite em seu caminhão para laticínios de Muriaé, esteve na redação do jornal A Notícia para falar sobre a situação enfrentada por ele e seus colegas. “Mesmo apoiando a greve, continuei realizando o transporte da mercadoria porque os produtores dependem da venda para garantir sua sobrevivência. Eles não são culpados, muito menos a criança que precisa do alimento. A baixa do óleo diesel divulgada pelo governo federal ainda não é o suficiente para atender nossas necessidades. O que ganhamos, no final das contas, com o frete realizado não é satisfatório para a obtenção de lucro, para a manutenção dos caminhões e dos nossos equipamentos. Precisa ser compatível e não pesar para o consumidor, no final. Não acho que subir impostos seja a solução, existem outros gastos que podem ser mais bem planejados para alcançar o equilíbrio”, conta.