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Muriaé realiza Dia da Consciência Negra

Diversos grupos, coletivos, projetos e movimentos sociais ligados à causa negra, se reuniram em Muriaé nos dias 19 e 20 de novembro em Comemoração ao Dia da Consciência Negra. O evento ganhou o nome de “Africanize-se” e teve o apoio da Prefeitura de Muriaé, por meio do da Fundarte.

O projeto Africanize surgiu em abril deste ano e, desde então, é desenvolvido pelo setor de Juventude da autarquia. Seu objetivo é unir todas as propostas artísticas e movimentos ligados às causas negras, a fim de ser ponte entre o poder público e sociedade civil.

A iniciativa é coordenada pelos jovens Marina Morena e Jhonatan Fragoso (Chouji) e ganhou força com o evento realizado sexta-feira (19) no Teatro Gregório de Mattos Guerra, um encontro de lideranças dos movimentos negros com palestras variadas. Mais de 65 pessoas que compareceram, mesmo com a forte chuva.

Os palestrantes foram: o militante Wesley Ferreira; Deisiane Camilo e Sandra Franklin (advogadas e integrantes do Coletivo Preta Sou); Alan Gomes (rapper Tayoba) e Nathaly Souza (estudante de história). Os assuntos foram a importância da união de todos na desconstrução do racismo e da intolerância religiosa ligada também a religiões de matrizes africanas como o Candomblé e a Umbanda.

Ainda na sexta-feira (19), os presentes puderam apreciar a dança da atriz ‘Fefe Martinez’ ao som da música “Maria da Vila Matilde”, de Elza Soares, e as artes em desenhos de Olivia Souza e Alan Gomes. No contexto, cenas da periferia tendo pessoas negras como protagonistas. Estiveram presentes o vice-prefeito, Marcos Guarino, a diretora da Fundarte, Gilca Napier, e os vereadores Anderson Oliveira e Delegado Rangel. O evento teve interprete de libras pela Associação de Surdos de Muriaé (coordenado pela tradutora Rosane Silva).

No sábado (20), Dia da Consciência Negra, as festividades continuaram com apresentações artísticas ligadas à cultura, tradição e herança africana. As ações foram na quadra da Praça Prefeito Paulo Carvalho (Praça do Trabalhador). “Mais de 200 pessoas prestigiaram as exposições de fotografia dos projetos sociais liderados por cidadãos negros de Muriaé, como também artistas negros que faleceram, mas deixaram seu legado na arte da cidade como o seresteiro Delamar Cordeiro e o baterista Miséria”, lembrou o coordenador de Juventude, Evandro Silva.

Ainda aconteceu apresentação do projeto ‘Arte Capoeira’, de Mestre Wellington Messias (Bulin), que levou 35 integrantes com idades entre 06 e 19 anos. A ‘Capoeira D’Tome’, da Mestra Chaverinho, junto com a monitora Thayná Cristina, e a capoeira da Fundação Internacional Capoeira Arte das Gerais ( Ficag) coordenado pelo mestre Paulo Sérgio Guimarães (Babinha), também participaram do grande dia.

E o samba não ficou de fora. A Escola de Samba Unidos do Santa Terezinha, através do mestre Pedro Roque e a Escola de Samba do Papagaio, sob a regência de Sandro Carrizo e Felipe de Paula trouxeram gingado para a festividade. O grupo Força da Raça (percussão), do bairro Santa Terezinha, dirigido por Shirley Melo, que soltou sua voz na música “Não deixe o samba morrer”, sucesso da cantora Alcione também se apresentou.

Quando caiu a noite iniciaram as apresentações artísticas com os desfiles das belezas negras. Cerca de 20 jovens vestidas com vestuário africano enalteceram as passarelas sob a coordenação do professor de dança Walbert Luiz (grupo Raça Mix). Tudo ao som da música “Ginga”, da cantora Iza.

O grupo artístico Dionísia Urbana, através da Thaís de Jesus (jovem militante de causas ligadas ao movimento Negro) declamou um poema. O grupo estava caracterizado com vestes africanas. O RAP não ficou de fora. Representando o movimento cultural da Jamaica (dentro dos Estados Unidos) ganhou força e foi representado pelos grupos Choupana Rap e Blacoout Rap, com suas músicas autorais. Para finalizar, uma batalha de RAP ganhou o palco, onde oito Mc’s participaram.

Os dois dias de evento tiveram apoio das secretarias de Desenvolvimento Social e de Educação, da Prefeitura de Muriaé, que através do setor de Juventude da Fundarte, coordenado pelos jovens Evandro Silva e Matheus Felipe, puderam realizar a amostra cultural e artística de todos os grupos e movimentos sociais.

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