O município de Muriaé foi palco, neste sábado, da Assembleia Geral Ordinária da Associação de Agricultura Orgânica e Agroecologia da Zona da Mata – SPG Floriô (Sistema Participativo de Garantia), um evento fundamental para os agricultores da região que buscam certificar seus produtos como orgânicos e fortalecer a agroecologia local. O encontro aconteceu no espaço do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sudeste MG – Campus Muriaé e reuniu produtores de diversas localidades da Zona da Mata.

A Associação de Agricultura Orgânica e Agroecologia da Zona da Mata tem como missão incentivar a agricultura orgânica na região. Élida Teixeira Barbosa, Coordenadora Geral, explicou que a associação foi criada com o intuito de apoiar agricultores familiares no processo de transição para a produção orgânica. Segundo ela, o SPG Floriô não apenas orienta e certifica, mas também forma grupos de produtores que se apoiam, promovendo o desenvolvimento sustentável da região. “Em Muriaé, temos acompanhado com entusiasmo o crescimento desse movimento. Hoje, já temos duas pessoas certificadas e outras estão iniciando o processo. O grupo também está presente em outras cidades como Viçosa, Divino, Raul Soares, Araponga, Coimbra e Espera Feliz, sempre com o objetivo de compartilhar experiências e promover a produção orgânica dentro da Legislação e com total consciência ambiental”, comentou.

Nilson Perón, Coordenador Financeiro da Associação, destacou o papel da Assembleia no fortalecimento da organização e na ampliação do movimento. Ele explicou que o evento serve para prestar contas, mas também para integrar novos associados e discutir as atividades da associação ao longo do ano. A Associação de Agricultura Orgânica e Agroecologia da Zona da Mata, que responde pelo SPG Floriô, foi criada em 2021 e já é reconhecida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Atualmente, dez agricultores da região estão certificados como produtores orgânicos, o que reflete o avanço do movimento na Zona da Mata. Esses agricultores passam a ter o reconhecimento oficial da qualidade orgânica da sua produção por meio do uso do selo SisOrg (selo que identifica os produtos orgânicos no Brasil).

A Cooperativa de Agricultura Familiar (Coopaf), presidida por Luiz José do Prado, também esteve presente na Assembleia. Luiz José, que é produtor orgânico associado e certificado pelo SPG – Floriô, aproveitou o evento para incentivar outros produtores a buscar a certificação e adotar práticas agrícolas sustentáveis. “A produção orgânica não é apenas uma questão de qualidade do alimento, mas de responsabilidade com o meio ambiente e o consumidor. Como presidente da Coopaf, estou empenhado em incentivar os agricultores a produzirem com qualidade, pois, além de atender ao mercado, entregamos alimentos livres de venenos e com um valor nutricional superior”, afirmou.

Arthur Prado, Coordenador da Comissão de Avaliação do SPG Floriô, ressaltou a importância da Assembleia para a troca de experiências e para a tomada de decisões estratégicas. Durante o encontro, foram discutidas questões como a alteração de formulários, organização de futuros encontros e o planejamento de ações de mobilização. Para Arthur, esses momentos de integração são essenciais para o funcionamento da Associação, que já está presente em 11 municípios da Zona da Mata, incluindo Coimbra, Viçosa, Muriaé, Barão de Monte Alto, Araponga, Paula Cândido, Ponte Nova, Laranjal, Espera Feliz, Divino e Raul Soares. “A Assembleia é um espaço muito importante, onde conseguimos reunir os agricultores, promover trocas de saberes e discutir os rumos da agroecologia e da produção orgânica na nossa região. Além disso, estamos fortalecendo a parceria com outros municípios e incentivando a produção orgânica em toda a Zona da Mata”, destacou.

A certificação orgânica participativa, como lembrou Arthur Prado, é um dos principais objetivos do SPG Floriô. “A certificação é importante porque garante ao consumidor que o produto é livre de agrotóxicos e segue as normas ambientais. Além disso, ela abre portas para o acesso a mercados institucionais, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), garantindo uma maior sustentabilidade para os produtores”, completou.

Yuri Bittencourt, Coordenador Administrativo da Associação e membro do secretariado, também falou sobre a importância do encontro. Ele explicou que a Assembleia é um momento crucial para a tomada de decisões que impactam diretamente o funcionamento da associação, como a inclusão de novos associados e a aprovação de documentos atualizados. “Este evento é importante para fortalecer o movimento agroecológico na região, pois além de ser um momento de partilha de experiências, também é uma oportunidade para deliberações essenciais sobre a organização e o futuro da Associação”, afirmou.

Yuri destacou que a Certificação Participativa é uma ferramenta de aprendizado e de crescimento para os agricultores, que passam por um processo de capacitação em técnicas agroecológicas. “A certificação participativa não é só sobre o acesso a novos mercados, mas também um processo de aprendizagem, que fortalece a produção e contribui para o desenvolvimento dos produtores enquanto indivíduos e como coletivo”, concluiu.

Adriana Aparecida, Secretária de Meio Ambiente de Muriaé, também esteve presente e destacou a relevância da parceria entre o SPG Floriô e o município. “Para o município de Muriaé, é extremamente importante somar a essa pauta regional da agroecologia e apoiar os produtores que estão em busca de certificar seus produtos como orgânicos. Este movimento está contribuindo para o desenvolvimento sustentável e para a valorização da produção local. Estamos acompanhando de perto esse crescimento e incentivando a cada vez mais produtores a se inserirem nesse processo”, afirmou Adriana.

A organização do evento agradeceu à coordenadora do curso de Agroecologia e do Núcleo de Agroecologia Puri (NEAP), Juliana Calixto, e ao Diretor de Extensão, Pesquisa e Inovação, Lucas Magno, pelo apoio na realização da Assembleia.