Alunos da turma de 1966 da Escola Municipal Dr. Antônio Canêdo se reencontram após 50 anos de formados. O objetivo do encontro foi rever os amigos e resgatar a amizade dos tempos da infância, de quando ainda tinham 6 anos.

O encontro foi realizado no sábado (12), na AABB. De uma turma de 60 formandos, conseguiu-se reunir 40, e desses, 28 ex-alunos que moram atualmente em Muriaé e outras cidades de Minas e de outros estados, como Brasília e Rio de Janeiro, compareceram ao evento. A paraninfa da turma, Dorinha, que atualmente mora em Belo Horizonte, e as professoras Miriam, Lívia, Ana Luzia e Maria Lúcia também estiveram presentes.

Toda essa história começou quando o advogado, Dr. Francisco Maia Neto, que estava fazendo a limpeza da casa da mãe, após seu falecimento, achou o convite da formatura do Jardim de Infância. Com os nomes dos colegas em mãos, começou uma busca pelos ex-alunos. “Levei os objetos pessoais e documentos para meu escritório. Em uma dessas caixas, estava o convite para a formatura, com todos os nomes dos alunos do Jardim de Infância. Eu procurei por essas pessoas, mas estava difícil encontrá-las. Então, me lembrei que um desses colegas, o Dr. Paschoal Felippe, havia me procurado uns dois anos antes, contando que estava morando fora do Brasil. Algum tempo depois, o Dr. Paschoal fez contato comigo, por um motivo diverso, e nesse contato contei para ele a história do convite, e começamos, então, um movimento de reunir a turma”, relata.

A partir daí, foi criado, pelo Dr. Paschoal, que foi a mola propulsora do encontro, um grupo de WhatsApp, denominado “Jardim 66”, que foi sendo composto pelos formandos do Jardim de Infância de 1966. Diante da vontade do grupo em se reunir, uma comissão foi formada para organizar o encontro. Essa comissão continha o nome de aproximadamente dez pessoas, as quais cuidaram da reserva do espaço, da contratação do buffet, da idealização e da encomenda das lembrancinhas, da contratação da música, da organização de dinâmicas de entrosamento do grupo, entre outros.

Aída de Paula Silva, uma das participantes, afirma que o momento é único. “Nunca ouvi uma história de colegas de Jardim de Infância que se encontraram 50 anos depois. Foi uma descoberta fantástica, pois, depois de cinco décadas, a gente não sabe mais quem é quem, porque cada um seguiu um caminho. No encontro, descobri pessoas que quero ter na minha lista de amigos. Na idade em que estamos, não escolhemos amigos por acaso”, diz.

A atual secretária Municipal de Educação, Cristina Navarro de Aquino, considera que o encontro “foi maravilhoso, onde pudemos rever os amigos e também conhecer seus familiares”.

Letícia Del Penho conta da emoção de rever os amigos de escola. “É uma emoção indescritível. Ficamos muito felizes de conseguirmos resgatar essa amizade. Temos um grupo de WhatsApp. Nele, brincamos como se tivéssemos ainda 6 anos”. O grupo de WhastApp, o “Jardim 66”, facilitou ainda mais o contato e, por ele, diariamente, acontece a convivência do grupo de amigos.

“Após frequentarmos o Jardim, alguns tomaram rumos diferentes, se tornaram adultos, nunca mais se encontraram. Dr. Paschoal foi para a Europa, é o mais distante de nós, mas não impediu que, o que seria um sonho impossível, se tornasse realidade, algo indescritível. Poucas pessoas na vida puderam ter esse tipo de sentimento. Foi um presente para todos. Em nome de todos, só tenho a dizer: obrigado, Paschoal, grande amigo e  irmão!”, diz o eletrotécnico Nacífico José de Souza Filho.

O deputado federal Misael Varella afirma que o momento foi especial. “É uma emoção diferente, não tem como explicar. É uma satisfação muito grande rever os amigos de escola após 50 anos. Uns, encontramos com frequência; outros, nem tanto. O importante é que estamos aqui curtindo esse momento. Reencontrei até uma prima que estudou comigo no Jardim de Infância que não via há muito tempo, além de professoras”, diz.

O gerente regional da Emater e presidente do Sicoob Credisusdeste, Paulo Alexandre, considera que a oportunidade de (re) encontrar os amigos que não se viam há muitos anos ou até décadas foi única. Paulo Alexandre relembra uma história engraçada que aconteceu com ele e com amigos do Jardim de Infância que, depois de passarem pela Escola Estadual Dr. Silveira Brum, foram estudar no “Estadual”. “Muitos dos alunos Escola Municipal Dr. Antônio Canêdo se reencontraram no ‘Estadual’ e lá formamos a ‘OPPR’. Antigamente em Muriaé, as propagandas na rua eram feitas exclusivamente com carros de som. E o Paulinho da Rádio Muriaé tinha uma frota desses carros chamada OPPR (Organização Publicitária Paulo Roberto), e, coincidentemente, na lista de chamada do professor do colégio, vinha essa mesma ordem: Oswaldo, Paschoal, Paulo e Renato. Coincidentemente, nós quatro éramos os melhores amigos da sala. Não se podia falar em OPPR no ‘Estadual’, pois os diretores até arrepiavam”, conta, com bom humor, essa lembrança dos tempos da escola.

Além da confraternização, cada ex-aluno ganhou algumas lembranças que remetem a esse tempo de escola, que foram distribuídos pela comissão organizadora. Também foi feita uma dinâmica de grupo, envolvendo fotos de cada um do tempo de criança e adivinhações de quem seria cada uma dessas crianças das fotos. “Não queremos parar com esses encontros. Nunca mais vamos parar. Estamos pensando em organizar outro daqui a seis meses”, finaliza a coordenadora do encontro, a professora Rosa Cristina Porcaro.