Enrico Silva Lopes é campeão mineiro de jiu-jitsu na categoria infantil pesado
Com apenas 9 anos, Enrico Silva Lopes já coleciona conquistas no jiu-jitsu e, em 2024, alcançou o título de campeão mineiro na categoria infantil pesado (-42,300 kg). O jovem atleta da equipe AZE Brothers EJJ, treinado pelo mestre Antônio Euvércio (Totonho), participou de cinco das seis etapas da Liga Mineira de Jiu-Jitsu, garantindo 2 medalhas de ouro, 2 de prata e 1 de bronze ao longo da temporada.
Morador do bairro João XXIII, Enrico é conhecido por sua dedicação e rotina intensa de treinos. Desde que iniciou no jiu-jitsu aos 7 anos, ele treina quatro vezes por semana, alternando entre práticas técnicas, combates e treinos focados em competições. Além disso, realiza uma mentoria com um profissional especializado em preparação mental, um diferencial que, segundo o jovem, é responsável por mais de 90% do sucesso em lutas de competição.
Enrico também carrega em sua trajetória o legado esportivo de sua família. Ele é primo da lutadora de MMA Poliana Botelho e de Patrick Fabion Lopes (in memoriam), jogador de futebol de destaque em Muriaé. “O esporte sempre esteve presente na nossa família, e é um orgulho ver o Enrico se destacando desde tão cedo”, comentou Elyse Mara Silva Lopes, mãe do atleta. O pai, Maykon Philip Lopes, também ressaltou o empenho do filho: “Ele é extremamente dedicado, dá o seu melhor em cada treino e luta.”
Aluno do Educandário Batista de Muriaé, Enrico concilia os estudos com a rotina esportiva, mostrando maturidade e disciplina acima da média para sua idade. O título de campeão mineiro é apenas o início de uma promissora carreira no jiu-jitsu, fruto do esforço e da paixão pelo esporte.
A Notícia entrevistou pai e filho para saber como foi essa conquista.
A Notícia – Como foi conquistar o título mineiro e quais os maiores desafios durante as etapas da Liga Mineira de Jiu-Jitsu?
Enrico – Foi muito gratificante! A competição é longa e exige disciplina. O maior desafio foi a quinta etapa, em Muriaé. Competir em casa aumentou a pressão. Estava perdendo até os segundos finais, mas finalizei com um arm lock duplo e conquistei o título.
A Notícia – Você começou no jiu-jitsu aos 7 anos. O que te motivou a entrar no esporte e o que te inspira além do jiu-jitsu?
Enrico – Comecei para praticar um esporte e aprender defesa pessoal, mas acabei gostando das competições. Fora o jiu-jitsu, me inspiro no Neymar, meu atleta favorito, e no futebol.
A Notícia – Como é sua rotina de treinos e o que você mais gosta? Você também tem um preparador mental. Como isso ajuda nas competições?
Enrico – Treino 4 vezes por semana, incluindo técnica, combate e competição. Também faço treinos particulares e mentoria com um preparador mental. Isso me ajudou muito a controlar a ansiedade e a me concentrar melhor, usando técnicas como respiração 4-2-6.
A Notícia – Quais são seus planos futuros no jiu-jitsu e em que campeonatos você sonha disputar?
Enrico – Quero continuar evoluindo e, no futuro, disputar competições importantes como o Brasileiro, Mundial, Pan-Americano e Sul-Americano.
A Notícia – Maykon, como é ver o Enrico conquistar tantos títulos em tão pouco tempo e qual o papel do legado esportivo da família nisso?
Maykon – É muito gratificante ver a evolução do Enrico. O legado esportivo da família, com a Poliana e o Patrick, influencia muito. Ele se inspira nas lutas da Poliana e fica empolgado com a história de o Patrick ter jogado contra o Neymar.
A Notícia – Como vocês equilibram a rotina intensa de treinos do Enrico com os estudos e a vida familiar?
Maykon – É desafiador, pois 2024 foi um ano de mudanças. Ele teve que se adaptar à nova escola e à mudança de academias. A rotina inclui estudos, treinos, acompanhamento mental e até catequese. Aproveitamos também as viagens de competição para momentos em família.
A Notícia – O que contribui mais para o sucesso do Enrico: a técnica, o preparo mental ou a dedicação?
Maykon – É a soma de tudo. No jiu-jitsu, a dedicação é essencial. A técnica é importante, mas o mental representa 90% do resultado, especialmente nas competições.
A Notícia – Quais são os maiores desafios que enfrentam para manter o Enrico no esporte, especialmente em relação aos custos?
Maykon – Os custos são altos, incluindo mensalidade, kimonos, alimentação e transporte. Conseguir patrocínio é difícil, por isso, muitas vezes temos que selecionar as competições que podemos pagar. Empresas e pessoas que possam apoiar são fundamentais.
A Notícia – Qual o maior aprendizado que você vê o Enrico adquirindo com o jiu-jitsu?
Maykon – O jiu-jitsu mudou o comportamento dele. Ele se tornou mais responsável, obediente, determinado e focado. Há uma grande diferença entre o Enrico de antes e o de agora.
A Notícia – Qual conselho você daria a outros pais que têm filhos interessados em esportes, especialmente no jiu-jitsu?
Maykon – Dêem ao seu filho a chance de começar com o jiu-jitsu. O que realmente importa não são as medalhas, mas o desenvolvimento de cidadãos de bem, excelentes filhos, pais e líderes. Além disso, ensina autodefesa.