Editorial

É impressionante como as coisas acontecem no Brasil. É preciso sempre que aconteça uma tragédia qualquer para que as autoridades tomem providências. Temos exemplos vários, como os deslizamentos das cidades serranas, do Rio de Janeiro, a tragédia da boate do Rio Grande do Sul e, mais recentemente, o rompimento da barragem de Mariana. Em todos esses casos ocorridos e que tiveram grande repercussão nacional, as autoridades só tomaram providências depois do acontecido. Sem contar que, depois de certo tempo, os fatos ocorridos acabam caindo no esquecimento, até que outros aconteçam.

Hoje, a “ordem do dia”, em termos de tragédia, é o estupro coletivo de uma jovem, no Rio de Janeiro, com a participação criminosa, segundo se noticia, de mais de 30 criminosos. O fato acordou a população que vem fazendo seguidos protestos contra esse tipo de ato criminoso. Acordou também o Senado Federal, que aprovou, esta semana, em tempo recorde, um projeto de lei que altera o Código Penal, para aumentar a pena para o crime de estupro praticado por duas ou mais pessoas. O projeto aprovado, que deverá ainda passar pela Câmara dos Deputados, amplia em dois terços a pena máxima nos casos em que a vítima tem 14 anos ou menos. A proposta, além de agravar a punição, tipifica o crime de estupro coletivo, que, pasmem, não era previsto na legislação.

E o pior é que todos sabem que esse tipo de barbárie é muito mais frequente do que se imagina. O que ocorre é que grande parte das vítimas, ou não tem coragem ou se envergonham de denunciar os criminosos.

A segurança é um dever do Estado e um direito constitucional da sociedade. É preciso que a população esteja mais atenta para cobrar dos seus representantes mais ações para coibir esse tipo de barbárie.

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